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sábado, 4 de agosto de 2012

Pesquisadores israelenses encontram o botão liga/desliga do cérebro para regular o stress


Quando percebemos uma ameaça, nosso centro cerebral entra em ação, desencadeando uma série de reações bioquímicas que levam a uma liberação de cortisol – um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais. Contudo, secreção prolongada de cortisol (o que pode acontecer devido a stress crônico, por exemplo) pode levar a diversos problemas físicos e mentais.

Pesquisadores israelenses do Instituto Weizmann de Ciência dizem ter localizado um novo tipo de botão “liga/desliga” no cérebro, que pode ajudar a regular a reação do corpo a stress. A pesquisa foi realizada em peixes-zebras, e seus resultados foram publicados no periódico Neuron.

Como nosso corpo se adapta ao stress

Em reação a condições estressantes, o hormônio liberador de corticotrofina (CRH) é liberado pelos neurônios no cérebro. Este processo, por sua vez, estimula a liberação de cortisol no corpo.

A liberação de CRH geralmente é seguida por rápidas mudanças na expressão do gene do CRH: assim que os neurônios portadores de CRH ficam sem o hormônio, já estão recebendo ordens do cérebro para produzir mais dele.

A regulagem da atividade de CRH é crucial para a adaptação ao stress, e a regulagem anormal de CRH é ligada a diversos distúrbios psiquiátricos humanos.

O colaborador Dr. Gil Levkowitz disse à NoCamels: “Decidimos realizar esta pesquisa porque o meu laboratório tem um antigo interesse no estudo do hipotálamo – a região do cérebro que regula, entre outros, o metabolismo e o stress emocional e físico”.

Compreendendo o mecanismo

Apesar da fartura de informações a respeito da função fisiológica do CRH na mediação da reação ao stress, os mecanismos moleculares que regulam a expressão do gene do CRH continuam, em grande parte, um mistério. “Nosso manuscrito agora mostra um novo mecanismo de interruptor molecular que modula os níveis de CRH induzido por stress”, diz Dr. Levkowitz.

Dr. Levkowitz e seus colegas descobriram que a proteína OTP, que é expressa em partes do cérebro associadas à adaptação ao stress, modulava a expressão do gene do CRH e era necessária para a adaptação ao stress.

Os pesquisadores demonstraram que a OTP regula a produção de dois diferentes receptores na superfície dos neurônios. Os receptores, que recebem e repassam instruções de produção de CRH, funcionam essencialmente como interruptores de “liga” e “desliga”.

A equipe de Levkowitz encontrou o mesmo tipo de interruptor em ratos. Eles concluíram que essa conservação do mecanismo ao longo da evolução de peixes e ratos implica que um meio semelhante de ligar e desligar a produção de CRH existe no cérebro humano. Em outras palavras, as conclusões identificam um caminho bioquímico evolutivamente conservado que modula a adaptação dos animais ao stress.

Mecanismos interruptores defeituosos podem desempenhar um papel em vários transtornos relacionados a stress. As conclusões sobre a regulagem do CRH podem ser úteis para a compreensão dos estados patológicos do estresse crônico, que levam a transtornos de ansiedade e depressão.

Dr. Levkowitz acrescentou que, “como acontece muitas vezes na ciência, nossas recentes conclusões certamente levantam muito mais questões do que gostaríamos de explorar”.

A pesquisa, iniciada cerca de quatro anos atrás, foi chefiada pelo Dr. Liat Amir-Zilberstein, juntamente com a Dra. Janna Blechman, Dra. Adriana Reuveny, Dra. Natalia Borodovsky e Dr. Maayan Tahor.

Fonte: Pletz

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