A partir do segundo semestre deste
ano alunos do 1º e do 3º ano do ensino fundamental de 80 escolas da rede
municipal do Rio de Janeiro passarão a ter aulas de ensino religioso.
A prefeitura já contratou 100
professores de religião, sendo 45 católicos, 35 evangélicos, dez espíritas e
dez de religiões afro-brasileiras. Os pais deverão matricular seus filhos no
credo escolhido. Caso a família não aceite o ensino religioso, no lugar dessa
disciplina o aluno terá aulas de “educação para valores”, onde vai aprender
sobre ética e cidadania.
A lei foi proposta pelo próprio poder
Executivo, e aprovada pela Câmara do Rio de Janeiro em outubro passado sendo
logo em seguida sancionada pelo prefeito Eduardo Paes. O projeto cria a
possibilidade de professores de religião sejam contratados desde que sejam
“credenciados pela autoridade religiosa competente, que exigirá formação obtida
em instituição por ema mantida ou reconhecida”.
Ao propor o ensino de várias
religiões a prefeitura recebeu a aprovação de líderes religiosos como o bispo
dom Nelson Francelino Ferreira. “Estamos atentos para que o ensino religioso
não seja usado como elemento de proselitismo. Não é catequese”, disse ele.
Francelino Ferreira é o bispo
auxiliar e referencial para ensino religioso da Arquidiocese do Rio, ele deixou
claro que os professores católicos precisarão ter formação em teologia para
poder lecionar nas escolas.
O reverendo Daniel Rangel, da Igreja
Episcopal Anglicana do Brasil também aprovou a iniciativa, já que ela faz com
que a sociedade carioca aceite melhor a pluralidade de religiões.
“Acho positivo, porque vai ensinar às
crianças não apenas valores éticos ligados à sociedade civil, mas à religião.
Vai ser uma oportunidade de a sociedade do Rio aprender a se relacionar com a
pluralidade religiosa”.
Mas a ideia não agradou o coordenador
do Observatório da Laicidade do Estado, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Luiz Antônio Cunha, que condena o ensino religioso. “Os
professores das escolas públicas são pagos por todo o povo, através de
impostos, inclusive daquelas pessoas que não têm religião”, disse ao jornal O
Globo.
Fonte: Gospel Prime
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