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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Método israelense transforma aluno em professor


Aos 16 anos, o então jovem estudante israelense Yaacov Hecht, hoje com 56, se aborreceu com a escola. Naquele momento, ele não via sentindo em frequentar o colégio. Para Hecth, a escola não conseguia responder aos seus questionamentos de então: “Por que nós devemos estudar o que estudamos? Por que para todas as nossas dúvidas, os professores oferecem apenas uma resposta? E por que o conhecimento é medido apenas por provas?”. Essa situação emblemática, recordada durante a adolescência, foi a semente da construção de um modelo de educação baseado em uma outra lógica de aprendizagem, estruturada por meio de uma maior autonomia do estudante e de um regime de colaboração intensa entre toda a comunidade escolar.

Precursor do conceito de educação democrática, Hecht foi o principal articulador da implantação desse modelo de escola numa unidade em Hareda, cidade localizada a 45 km da capital Tel Aviv. Lá, em 1987, o israelense desenhou uma escola diferente de todas as outras. “O nosso principal objetivo era construir uma escola similar ao mundo que estava fora dela. O que vemos hoje é que as escolas são tradicionais e não estão conectadas com o mundo real ao seu redor. Lá fora, ninguém vai dizer o que você tem que fazer. Você tem que aprender por si só a tomar suas próprias decisões. Em nossas escolas, ensinamos o que o mundo exige que nós devemos aprender”, fala Hecht.

Apoiando-se na disseminação de uma nova forma de aprendizado, o israelense conseguiu disseminar, a partir de 1995, o modelo de Hareda a escolas públicas de mais de 12 cidades de Israel. “A cada ano, buscamos, a partir de encontros com educadores em vários países, expandir a maneira como encaramos a educação. Hoje, em todo o mundo já são mais 1 mil unidades que partilham dos nossos conceitos”. Com um trânsito frequente em rodas de especialistas e entre entusiastas que defendem a criação de um novo modelo de escola, Hecht está cada vez mais atento às possibilidades que a tecnologia pode oferecer a essa nova lógica de aprendizado contemporâneo.

“Atualmente, estou em contato com Ken Robinson e Sugatra Mitra. Queremos construir plataformas para ajudar jovens estudantes e empreendedores que buscam criar soluções para a melhoria da educação. Não apenas alunos, mas também professores, pais, diretores. Queremos encontrar ideias inovadoras ao redor do mundo. Nosso objetivo será criar ambientes digitais onde essas pessoas e suas ideias possam se encontrar num mesmo espaço”, fala Hecht.

Fonte: Pletz

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