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sábado, 19 de outubro de 2013

Embratur prevê que despesa de turistas compensará investimentos na Copa


Os turistas que visitarão o Brasil durante a Copa do Mundo de 2014, entre eles 600 mil estrangeiros, gastarão cerca de R$ 25 bilhões no país, número que compensará o investimento público no evento, de acordo com a previsão do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur).

"Calculamos que os estrangeiros gastarão R$ 7 bilhões durante os 30 dias de Copa e os brasileiros o restante desse montante", disse o presidente da Embratur, Flavio Dino, em entrevista neste sábado à Agência Efe.

Os investimentos do Governo Federal na preparação do evento somam entre R$ 25 bilhões e 30 bilhões, segundo Dino.

"Do ponto de vista estritamente comercial, é uma operação que compensa. Os ingressos ressarcirão as despesas e o país ainda ficará com um grande legado em aeroportos, sistemas de transporte, estádios e outras infraestruturas", assegurou.

O investimento em mobilidade urbana, incluindo linhas de metrô e corredores para ônibus, chegará a R$ 10 bilhões e será o legado mais importante, disse.

Dino reconheceu que no cálculo não está incluído o que os governos estaduais gastarão e nem os investimentos privados, entre os quais aparecem cerca de R$ 3,6 bilhões só do setor hoteleiro e também não leva em conta o impacto que todo esse investimento terá na economia.

O presidente da Embratur afirmou que estes cálculos serão utilizados na campanha publicitária que a entidade lançará na próxima semana para esclarecer alguns pontos à população e tentar prevenir novos protestos contra os gastos com a Copa, como os que ocorreram em junho durante a Copa das Confederações.

"O objetivo é demonstrar que esse investimento vale a pena para o Brasil", comentou.

Dino negou que os protestos por melhores serviços públicos que ocorreram em várias cidades do país, algunss com ações violentas, tenham afetado o fluxo de turistas estrangeiros.

"Até agora não tiveram nenhum impacto. Os números seguem crescendo mês a mês. Cumpriremos todas as metas que nos propusemos para 2013, inclusive a de elevar o número de estrangeiros de 5,7 milhões no ano passado ao recorde de 6 milhões neste ano", explicou.

Dino admitiu, no entanto, que o governo está preocupado com o efeito que possíveis protestos durante o Mundial podem ter "em um momento no qual o Brasil estará sob o olhar do mundo, já que receberá 600 mil estrangeiros e 20 mil jornalistas".

Dos turistas esperados para a Copa, a Embratur calcula que a maioria chegará procedente da Argentina e Estados Unidos, os dois maiores compradores de ingressos até agora.

"Mas alguns países vão surpreender como a Colômbia que já se classificou para o Mundial e o Chile, que está perto de conseguir a vaga", acrescentou.

Segundo dados divulgados na quinta-feira pela Fifa, entre os estrangeiros que mais compraram entradas estão os americanos (374.065) e argentinos (266.937), seguidos por alemães (134.899), chilenos (102.288), ingleses (96.780), australianos (88.082), japoneses (69.806) e colombianos (55.379).

"Temos ações específicas dirigidas ao público que fala espanhol e que é muito grande. Se analisarmos os dez maiores países de turistas que visitam o Brasil, mais da metade é de língua espanhola. Dos seis milhões esperados neste ano, mais da metade é de língua espanhola", ressaltou.

Dino confirmou que Rio de Janeiro e São Paulo, onde serão jogadas a final e a abertura da Copa respectivamente, serão as cidades que mais receberão visitantes durante o evento.

"O fluxo também beneficiará algumas cidades do nordeste do país, como Fortaleza, porque serão sede de muitas partidas e têm várias conexões internacionais", assegurou.

Dino esclareceu que só depois do sorteio dos grupos da Copa, previsto para o próximo dia 6 de dezembro, será possível saber quais cidades serão as mais procuradas.

O Brasil, disse Dino, espera manter a média alcançada pela África do Sul no Mundial de 2010, quando 80% dos visitantes estrangeiros conheceram pelo menos três cidades do país.

Fonte: Folha.com

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