O
que nem sempre fica claro é se existe de fato a consciência da verdade nítida:
todos mentimos.
Ninguém
pode tirar seu nome da lista. E não adianta tentar fazer distinção entre
mentira, mentirinha, mentira do bem... A conjugação do verbo acontece em
todas as pessoas. Se não em uma área, é em outra. Se não é em casa, é na rua;
ou vice-versa. Definitivamente, ninguém é completamente sincero.
Por
isso, precisamos verificar se utilizar a fórmula “eu sou sincero, falo a
verdade” é a introdução-desculpa para a rudeza contra quem discorda, para
tentar contrariar publicamente quem é diferente. Se em alguns assuntos nunca
mentimos, o que é possível, há vários outros na fila nos quais escorregamos de
verdade. Sem falar que dificilmente estamos dispostos a ouvir do outro a
mesma ‘sinceridade rude’. Não gostamos quando uma pessoa grita toda a sua
sinceridade sobre nosso perfil - nem mesmo quando ele está certa.
Sinal
de que todos prezamos a sinceridade com cordialidade. A verdade com amor.
Coragem com consideração.
E
ainda precisamos lembrar sobre o que é a verdade que gostamos de falar. Qual é
a minha verdade? Completa ou parcial? Ela já levou em conta outras
variáveis, outros pontos de vista? Já leu todo o contexto? Já sabemos se aquela
frase que disseram que fulano disse foi fulano mesmo que emitiu, ou aquela
atitude é mesmo do jeito que estão dizendo que foi?
O
ponto não é não ser sincero, mas sim, não usar a palavra sinceridade como a
pretexto para arrogância ou falta de consideração. Existem situações sim, em
que é necessária firmeza. Mas daria pra apostar que em quase todas até mesmo a
firmeza pode estar junto com compreensão e busca de solução. Ao menos se a
conversa for entre pessoas que realmente queiram dialogar.
Sincero
mesmo, só Deus, Ele nunca mente e faz questão de comunicar sua verdade – Jesus
Cristo - com amor. Se esta sinceridade parece dura, sempre é para atrair, pela
fé, ao seu perdão. E para que compartilhemos a mesma mistura de verdade com
amor, firmeza e consideração.
Mostrando
que ser sincero mesmo é admitir que nem sempre somos. Mas que caminhamos com
Aquele que nos estimula a ser.
“Os Seus
ensinos...são mais doces do que o mel, até do que o mel mais puro.”
(Salmo 19)
Pastor
Lucas André Albrecht
Fonte: Toque de Vida
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