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sábado, 17 de agosto de 2013

Dólar caro não inibe compras de brasileiros no exterior


Em uma fila de rodoviária em Nova York numa manhã de domingo no fim de julho, uma família brasileira embarcava rumo a Nova Jersey, o "paraíso das compras".

"Esse ônibus para o outlet vai nos deixar um pouco mais longe, mas é de graça. Chegando lá, vamos andando até o shopping. Se fôssemos os quatro pagando a passagem do outro ônibus, o total passaria de US$ 50", diz a advogada Martha Santana.

A alta do dólar, de 11% no ano, incomodou, mas não apagou o desejo do brasileiro de comprar. No primeiro semestre, os US$ 12,3 bilhões gastos por viajantes foram recorde, segundo o BC.

E Nova York ainda é um dos destinos favorito. Segundo a organização de turismo da cidade, NYC & Company, o câmbio, "por enquanto, não tem afetado o gasto". Mas os brasileiros, famosos pela disposição ao consumir, estão mais criteriosos.

"Viemos nas férias de 2012 e naquela época compramos dólar a R$ 1,98. Agora pagamos R$ 2,37. A viagem fica diferente", diz o engenheiro Décio Rodrigues. Sua mulher, a também engenheira Arlete Colla, nota que o hotel escolhido pela família estava em promoção, e as visitas a restaurantes em 2012 foram trocados por lanches.

As compras serão sacrificadas, mas não suspensas. "Neste ano vamos voltar com quatro malas. No ano passado, foram seis", diz o aposentado Luiz Antonio Cabral.

A gastança brasileira foi notada pela mídia e o comércio americanos em 2009, quando o volume de visitantes brasileiros subiu de 332 mil para 589 mil. O entusiasmo então vinha da moeda fortalecida, do acesso ao crédito e da dificuldade de comprar os mesmos produtos no Brasil, sobretaxados.

Os dois últimos parecem ainda valer. "O ideal desta vez é escolher produtos mais caros, que vão ter preço bem mais alto no Brasil. Isso ainda vale a pena", diz a administradora Renata Ramos.

EUROPA

A desvalorização do real tampouco inibiu os brasileiros de gastarem em libra, que na sexta valia R$ 3,53.

Em Londres, o empresário Ernei Junckes, 49, disse que a mudança no câmbio não mudou os planos dele e da mulher, Adriana. Na sexta, o casal de Campinas reservou a tarde para visitar uma loja famosa pelos preços baixos. "Aqui continua a ser barato comparado ao Brasil."

O médico José Antonio Carvalho, 54, de Santo André, levou a mulher e dois filhos a uma loja de departamentos. Ele acha a libra cara, mas manteve o plano de renovar o guarda-roupa. "Não houve surpresa com o câmbio. Reservamos passagens e hotel com antecedência."

Fonte: Folha.com

 

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