Entre os itens que envolvem
uma viagem de avião, a comida da classe econômica não costuma ser a mais
elogiada, embora sua preparação envolva muito trabalho.
Quem recebe
uma refeição quente durante o voo não imagina o universo por trás das bandejas
que acondicionam saladinhas, massa ou frango e sobremesa.
O processo
começa na reserva do voo, quando é estimado o número de passageiros que serão
servidos. Até a data da viagem, esse número é checado atentamente pelo
catering, empresa responsável pelo fornecimento de refeições às empresas
aéreas.
No
aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a LSG Sky Chefs, que produz cerca de 30
mil refeições por dia, faz a comida para 22 companhias de aviação. Apesar da
escala industrial, todo o processo é feito de modo individual, com alimentos
cortados e embalados à mão, um a um.
Alguns
alimentos começam a ser preparados 48 horas antes da viagem: caso das carnes,
que são cortadas de acordo com o prato (filé, medalhão, iscas) e assadas ou
cozidas com antecedência. Massas, risotos, saladas, sobremesas e pães são
preparados no dia da viagem.
Durante o
preparo das refeições, dois fatores devem ser bem controlados: tempo e
temperatura. Carnes, por exemplo, devem ser cozidas a uma temperatura mínima de
60 °C, que varia de acordo com o tipo e o corte.
Logo em
seguida, são colocadas em uma câmara que acelera o resfriamento dos alimentos
para que atinjam 10 °C, temperatura considerada ideal para que não haja
contaminação por micro-organismos.
Todos os
alimentos que passam por algum tipo de cozimento, como massas, sopas e molhos,
são levados para essa câmara frigorífica e, ao atingir 10 °C, armazenados em
uma sala refrigerada, onde aguardam a montagem das refeições.
Nenhum
alimento deve ficar mais do que 45 minutos sem refrigeração, por isso a
comunicação entre o catering e o aeroporto é contínua, para que as refeições
sejam embarcadas duas horas antes da decolagem do avião, mesmo em caso de atrasos
nos voos.
As
refeições das classes econômica e executiva são montadas pelo catering, em
recipientes de papel, plástico ou vidro, e armazenadas em carrinhos. Já a
comida da primeira classe é embarcada em recipientes maiores, e os pratos são
montados durante o voo, poucos minutos antes de servir, garantindo o visual
caprichado.
Fonte: Folha.com
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