Diante de 42,2 milhões de evangélicos espalhados
pelo País - um crescimento de mais de 60% entre 2000 e 2010, segundo o IBGE -,
a busca pelos votos dos fiéis já começou.
Silas Malafaia, R.R Soares, Valdomiro Santiago, Edir Macedo e Manoel Ferreira,
algumas das principais lideranças religiosas do segmento, articulam estratégias
para aumentar a bancada no Congresso.
Eles também são cortejados por pré-candidatos majoritários, em especial em
diversos Estados brasileiros e rejeitam a reeleição da presidente Dilma
Rousseff.
A estratégia dos evangélicos é a de formar um exército no Congresso Nacional
capaz de combater propostas como união civil homoafetiva, legalização do
aborto, da maconha e da eutanásia, entre outras.
A Igreja Vitória em Cristo tem 120 templos e 40 mil membros em todo o País. O
líder é Silas Malafaia, que também é presidente do Conselho dos Pastores do
Brasil, com cerca de 10 mil pastores. Comanda ainda cultos transmitidos pela
televisão. Ferrenho opositor às causas dos homossexuais e contrário ao aborto,
ele apoiará este ano pelo menos 500 pré-candidatos a deputados federal e
estadual em todo o País. “No Congresso, temos 800 projetos de lei tramitando
que detonam os princípios e os valores cristãos. É o Congresso que faz as leis,
afirma Silas Malafaia.
O líder religioso Silas Malafaia subirá no palanque do PSB, do governador de
Pernambuco, Eduardo Campos, e da ex-senadora (e evangélica) Marina Silva, nas
eleições para a presidência. Segundo o religioso, opção é para haver
“alternância de poder”.
O discurso de Malafaia, no entanto, tem justificativa. Em agosto do ano
passado, Dilma sancionou uma lei que garante atendimento a vítimas de estupros.
Um dos incisos obriga hospitais a fazerem profilaxia da gravidez a mulheres que
foram abusadas. As entidades religiosas entenderam que o termo abre brecha ao
aborto.
Com 12 milhões de fiéis, a Assembleia de Deus, do pastor Manoel Ferreira,
deverá lançar o pastor Everaldo Pereira, vice-presidente nacional do PSC, como
candidato à Presidência da República.
A Assembleia de Deus tem como membro o deputado federal Marco Feliciano, eleito
com 211.855 votos, em 2010, pelo PSC de São Paulo. Pré-candidato à reeleição,
Feliciano assumiu, sob protestos, a presidência da Comissão de Direitos Humanos
da Câmara. Provocou polêmica no Congresso com suas posições e, nas redes
sociais, ganhou destaque com a frase: "Feliciano não me representa".
Agora, ele tenta emplacar na comissão o deputado federal Jair Bolsonaro
(PP-RJ).
“Tenho o sonho de ver o governo da Dilma desaparecer. Fomos traídos. Na última
eleição, fizemos campanha para ela porque o José Serra (PSDB) se declarou a
favor do aborto. Só que a Dilma sancionou a lei sobre estupro - ressaltou
Feliciano.
Romildo Ribeiro Soares, o R.R Soares, é o dono da Igreja Internacional da Graça
de Deus. A igreja possui três mil templos pelo País, além de programas na TV e
no rádio. O objetivo é eleger a família. E, para isso, terá o PR do deputado
federal Anthony Garotinho. Filho do missionário, Marcos Soares é deputado
estadual no Rio e pré-candidato a deputado federal.
R.R Soares não deverá apoiar a reeleição da presidente Dilma, segundo Marcos
Soares. Além do Rio, a igreja de R.R Soares investirá em candidatos de São
Paulo, Minas Gerais e Bahia.
Com seis mil igrejas espalhadas pelo Brasil e proprietária de um conglomerado
de comunicação, incluindo TV, rádio e internet, a Igreja Universal do Reino de
Deus, do bispo Edir Macedo, sonha em dobrar a bancada do PRB na Câmara. Em
2010, foram eleitos oito deputados pelo partido, cinco deles membros da Iurd,
que possui cerca de 1,8 milhão de fiéis no País. Hoje, são 10 deputados porque
dois se filiaram à legenda recentemente. Em outubro, a ideia é eleger 16
deputados federais. “No Congresso, queremos dobrar o número de parlamentares.
Mas a igreja não influencia”, afirma o presidente nacional do PRB, Marcos
Pereira, ex-vice-presidente da TV Record e bispo licenciado da Universal.
Fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, com 5.200 templos e estimativa de
400 mil fiéis, Valdomiro Santiago fará campanha para 65 candidatos à Câmara
Federal nas eleições proporcionais de diferentes partidos, como PSC, PP e PTB.
Embora tenha definido a tática de aumentar a representação da igreja no
Congresso, Santiago não divulgou ainda quem será seu candidato a presidente e
nem para os governos estaduais. “ O grupo da igreja já está trabalhando, mas
ainda é cedo para uma decisão”, afirmou o deputado federal, pastor Francisco
Floriano, braço direito de Valdomiro.
ELEITORES FIÉIS
Professor de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB), David
Fleischer alerta: “O eleitor evangélico segue mais as orientações de seus
bispos e pastores. Mais que os eleitores católicos. Em alguns Estados, com
disputas acirradas, o voto evangélico pode fazer a diferença. Em um segundo
turno, decide uma eleição.” (Com informações do jornal O Globo)
Goiás quer aumentar bancada na Câmara
O pastor Oídes José do Carmo, presidente da Convenção Estadual da Assembleias
de Deus, Ministério de Madureira, apoia o movimento de lideranças nacionais
evangélicas para a ampliação da representação do segmento no Congresso
Nacional. Ele lembra que, em Goiás, as Assembleias de Deus vão se concentrar na
reeleição do deputado-pastor João Campos (PSDB). “O deputado João Campos representa
muito bem o Estado de Goiás no Congresso, pois defende os valores da família e
a adoção de políticas públicas que combatam as desigualdades sociais.”
Para Oídes do Carmo, o Congresso Nacional necessita ampliar seu número de
senadores e deputados comprometidos com os valores da família. “A gente
acompanha uma inversão de valores no Parlamento. Não se preserva mais a
família. Se se fala em união homoafetiva e a liberação do abordo, transgredindo
os princípios cristãos.”
Além de João Campos, o deputado estadual e pastor Fábio Sousa (PSDB), filho do
apóstolo César Augusto, da Igreja Fonte da Vida, também pretende concorrer a
uma cadeira à Câmara Federal.
A Igreja Universal do Reino de Deus decidiu lançar o empresário Gilvan Máximo,
filiado ao PRB, candidato à Câmara Federal, também na busca de ampliação da
bancada federal evangélica de Goiás.
Marconi Perillo (PSDB), se for candidato à reeleição, nas eleições deste ano,
poderá receber o apoio do pastor Oídes José do Carmo, que reconhece o esforço
do governador em realizar uma administração voltada para o desenvolvimento
econômico, inclusão social e de preservação dos valores da família. João Campos
(PSDB), Fábio Sousa (PSDB) e Gilvan Máximo (PRB) já integram a base de
sustentação política do governo Marconi.
Fonte: Folha Gospel
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