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quinta-feira, 6 de março de 2014

O avanço dos evangélicos no Congresso Nacional

Diante de 42,2 milhões de evangélicos espalhados pelo País - um crescimento de mais de 60% entre 2000 e 2010, segundo o IBGE -, a busca pelos votos dos fiéis já começou.

Silas Malafaia, R.R Soares, Valdomiro Santiago, Edir Macedo e Manoel Ferreira, algumas das principais lideranças religiosas do segmento, articulam estratégias para aumentar a bancada no Congresso.

Eles também são cortejados por pré-candidatos majoritários, em especial em diversos Estados brasileiros e rejeitam a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

A estratégia dos evangélicos é a de formar um exército no Congresso Nacional capaz de combater propostas como união civil homoafetiva, legalização do aborto, da maconha e da eutanásia, entre outras.

A Igreja Vitória em Cristo tem 120 templos e 40 mil membros em todo o País. O líder é Silas Malafaia, que também é presidente do Conselho dos Pastores do Brasil, com cerca de 10 mil pastores. Comanda ainda cultos transmitidos pela televisão. Ferrenho opositor às causas dos homossexuais e contrário ao aborto, ele apoiará este ano pelo menos 500 pré-candidatos a deputados federal e estadual em todo o País. “No Congresso, temos 800 projetos de lei tramitando que detonam os princípios e os valores cristãos. É o Congresso que faz as leis, afirma Silas Malafaia.

O líder religioso Silas Malafaia subirá no palanque do PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e da ex-senadora (e evangélica) Marina Silva, nas eleições para a presidência. Segundo o religioso, opção é para haver “alternância de poder”.

O discurso de Malafaia, no entanto, tem justificativa. Em agosto do ano passado, Dilma sancionou uma lei que garante atendimento a vítimas de estupros. Um dos incisos obriga hospitais a fazerem profilaxia da gravidez a mulheres que foram abusadas. As entidades religiosas entenderam que o termo abre brecha ao aborto.

Com 12 milhões de fiéis, a Assembleia de Deus, do pastor Manoel Ferreira, deverá lançar o pastor Everaldo Pereira, vice-presidente nacional do PSC, como candidato à Presidência da República.

A Assembleia de Deus tem como membro o deputado federal Marco Feliciano, eleito com 211.855 votos, em 2010, pelo PSC de São Paulo. Pré-candidato à reeleição, Feliciano assumiu, sob protestos, a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Provocou polêmica no Congresso com suas posições e, nas redes sociais, ganhou destaque com a frase: "Feliciano não me representa". Agora, ele tenta emplacar na comissão o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ).

“Tenho o sonho de ver o governo da Dilma desaparecer. Fomos traídos. Na última eleição, fizemos campanha para ela porque o José Serra (PSDB) se declarou a favor do aborto. Só que a Dilma sancionou a lei sobre estupro - ressaltou Feliciano.

Romildo Ribeiro Soares, o R.R Soares, é o dono da Igreja Internacional da Graça de Deus. A igreja possui três mil templos pelo País, além de programas na TV e no rádio. O objetivo é eleger a família. E, para isso, terá o PR do deputado federal Anthony Garotinho. Filho do missionário, Marcos Soares é deputado estadual no Rio e pré-candidato a deputado federal.

R.R Soares não deverá apoiar a reeleição da presidente Dilma, segundo Marcos Soares. Além do Rio, a igreja de R.R Soares investirá em candidatos de São Paulo, Minas Gerais e Bahia.

Com seis mil igrejas espalhadas pelo Brasil e proprietária de um conglomerado de comunicação, incluindo TV, rádio e internet, a Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, sonha em dobrar a bancada do PRB na Câmara. Em 2010, foram eleitos oito deputados pelo partido, cinco deles membros da Iurd, que possui cerca de 1,8 milhão de fiéis no País. Hoje, são 10 deputados porque dois se filiaram à legenda recentemente. Em outubro, a ideia é eleger 16 deputados federais. “No Congresso, queremos dobrar o número de parlamentares. Mas a igreja não influencia”, afirma o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, ex-vice-presidente da TV Record e bispo licenciado da Universal.

Fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, com 5.200 templos e estimativa de 400 mil fiéis, Valdomiro Santiago fará campanha para 65 candidatos à Câmara Federal nas eleições proporcionais de diferentes partidos, como PSC, PP e PTB. Embora tenha definido a tática de aumentar a representação da igreja no Congresso, Santiago não divulgou ainda quem será seu candidato a presidente e nem para os governos estaduais. “ O grupo da igreja já está trabalhando, mas ainda é cedo para uma decisão”, afirmou o deputado federal, pastor Francisco Floriano, braço direito de Valdomiro.

ELEITORES FIÉIS

Professor de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer alerta: “O eleitor evangélico segue mais as orientações de seus bispos e pastores. Mais que os eleitores católicos. Em alguns Estados, com disputas acirradas, o voto evangélico pode fazer a diferença. Em um segundo turno, decide uma eleição.” (Com informações do jornal O Globo)

Goiás quer aumentar bancada na Câmara

O pastor Oídes José do Carmo, presidente da Convenção Estadual da Assembleias de Deus, Ministério de Madureira, apoia o movimento de lideranças nacionais evangélicas para a ampliação da representação do segmento no Congresso Nacional. Ele lembra que, em Goiás, as Assembleias de Deus vão se concentrar na reeleição do deputado-pastor João Campos (PSDB). “O deputado João Campos representa muito bem o Estado de Goiás no Congresso, pois defende os valores da família e a adoção de políticas públicas que combatam as desigualdades sociais.”

Para Oídes do Carmo, o Congresso Nacional necessita ampliar seu número de senadores e deputados comprometidos com os valores da família. “A gente acompanha uma inversão de valores no Parlamento. Não se preserva mais a família. Se se fala em união homoafetiva e a liberação do abordo, transgredindo os princípios cristãos.”

Além de João Campos, o deputado estadual e pastor Fábio Sousa (PSDB), filho do apóstolo César Augusto, da Igreja Fonte da Vida, também pretende concorrer a uma cadeira à Câmara Federal.

A Igreja Universal do Reino de Deus decidiu lançar o empresário Gilvan Máximo, filiado ao PRB, candidato à Câmara Federal, também na busca de ampliação da bancada federal evangélica de Goiás.

Marconi Perillo (PSDB), se for candidato à reeleição, nas eleições deste ano, poderá receber o apoio do pastor Oídes José do Carmo, que reconhece o esforço do governador em realizar uma administração voltada para o desenvolvimento econômico, inclusão social e de preservação dos valores da família. João Campos (PSDB), Fábio Sousa (PSDB) e Gilvan Máximo (PRB) já integram a base de sustentação política do governo Marconi.

Fonte: Folha Gospel

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