Fragmentos
originais das bíblias mais antigas do mundo,
alguns de quase 2 mil anos, reúnem-se em Jerusalém, em “O Livro dos Livros”, uma exposição que traça o
caminho do Judaísmo e do Cristianismo ao longo da história.
Recentemente
inaugurada no Museu das Terras da Bíblia, a exposição apresenta manuscritos, objetos e documentos
impressos que lançam luz sobre o papel desempenhado pelo texto sagrado na
civilização ocidental.
“A
exposição é a primeira já feita no mundo que mostra de maneira equilibrada as
histórias do Tanach (Bíblia judaica), e do Novo Testamento que compõem a Bíblia
cristã”, disse à Agência Efe Amanda Weiss, diretora do Museu, que abrigará a
exposição até abril de 2014.
Ao
longo dos corredores, o visitante percorre de forma cronológica a
aparição dos primeiros manuscritos bíblicos, assim como as raízes judaicas do
Cristianismo, a propagação da fé monoteísta pelo Mediterrâneo, suas
interpretações e posteriores representações.
Uma
fraca luz ilumina as vitrines onde estão primitivos papiros escritos em
hebraico e aramaico, manuscritos em grego, latim e siríaco dos primeiros
séculos de nossa era, assim como volumes medievais que pouco a pouco vão
reduzindo seu tamanho até a aparição da impressão, época dourada da difusão
bíblica.
“Trata-se
de uma combinação incomum de documentos bíblicos e comentários importantes e transcendentais jamais
encontrados e reunidos nesta exclusiva exibição”, ressalta Weiss.
São
mais de 200 obras que vão desde a tradução antiga do Livro para o grego nos
primeiros séculos depois de Cristo, até códices iluminados, raros manuscritos
judeus da Torá procedentes da famosa Genizá (depósito de livros sagrados em
desuso) no Cairo, fragmentos de uma Bíblia de Gutenberg e um volume completo de
um de seus discípulos.
O
ponto de início é um fac símile de um dos rolos do Mar Morto achados em uma
caverna de Qumran, cujos originais estão em Amã e tentam competir com o
restante que repousam no Museu de Israel, chamado de “Santuário do Livro”.
“Esta
é a primeira vez que este texto é apresentado em Israel. Está escrito em
hebraico e menciona as regras da comunidade que vivia ali” no século I, explica
o responsável do Departamento de Educação do Museu, Jehuda Kaplan.
Outra
parada são os fragmentos da Septuaginta (versão da Bíblia hebraica para o grego
koiné) com versículos do Êxodo, do Deuteronômio e o Livro de Isaías, reflexo do
vínculo inevitável entre o Protocristianismo e o Judaísmo.
“Trata-se
das primeiras traduções gregas, tanto da Bíblia hebraica como do Novo
Testamento”, diz Kaplan sobre estes escritos dos séculos III e IV, descoberto
no Egito.
A
exposição não consegue responder à grande dúvida de se as primeiras Bíblias
cristãs foram escritas diretamente em grego, a língua dos cultos da época, ou traduzidas do
hebraico ou aramaico.
São
exibidas também duas folhas de uma das 180 bíblias de Gutenberg do ano de 1455,
que marcaram o início da “Idade da Imprensa” e a réplica de uma impressão da
época.
Figuram,
além disso, bíblias de Lutero, outra que pertenceu ao rei Henrique VIII da
Inglaterra, dedicada de próprio punho a um parente, e vários volumes da versão
popular do rei Jaime I da Inglaterra.
Ressaltam
também as ilustradas de quando o texto escapou do controle da Igreja e serviam
para educar o povo, como uma que contém passagens da vida de Cristo junto a desenhos
relativos ao Antigo Testamento como episódios de Jonas e Sansão.
A
exclusiva coleção iniciou em Jerusalém uma viagem que a levará ao Vaticano, uma
simbólica jornada que busca contar o que as religiões monoteístas fizeram há
dois mil anos.
Fonte: Boa Informação
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