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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Interpretação

-Você viu a Lúcia, quando passamos por ela? – uma comentou com a outra
-Não, não vi, O que foi? – disse a segunda.
-Você disse ‘oi’ e ela fez uma cara... Mal respondeu.
-É mesmo? Cara de quê?
-Sei lá, de qualquer coisa. Mas eu já notei ultimamente que é bem do tipinho dela fazer dessas coisas.
-Nem ao menos um sorriso, né?...
-É verdade... que raiva que me dá. Detesto gente antipática.

Mais tarde, as duas convidaram Adriana para saírem após o trabalho
-Obrigado, meninas, mas não vai dar. Vou ao hospital.
-Ué? Você está doente?
-Não, não é isso. Vou dar uma força pra Lúcia.
-Pra Lúcia? O que houve?
-O marido dela sofreu um acidente e ela está passando todas as noites no quarto. Talvez vocês até já tenham notado, a cara dela não anda muito boa nos últimos dias...

Você já reparou como às vezes nos julgamos o centro da vida de outras pessoas? É só alguém fazer uma cara feia, triste, desinteressada, ou rir, que já achamos que é conosco. Olhou pra mim de longe e sorriu, ta tirando sarro. Olhou com cara diferente, tem algo contra mim. Olhou dum jeito que não gostei, é porque não está gostando de mim.

Parece até que a única coisa que os outros têm com que se preocupar o dia inteiro é com a nossa vida.

Minha estatística pessoal - só da experiência mesmo - é que de cada 10 situações de desgaste por causa ‘da cara que o outro fez’ ou ‘do jeito que o outro se portou’, no mínimo 5 poderiam ser evitadas utilizando apenas uma regra: interpretar tudo da melhor maneira.  Ela enumera várias possibilidades antes de acharmos que é pessoal o negócio. “Ela não está num bom dia”. “Deve estar sendo uma semana difícil”. “Vai ver é alguém solitário, que não tem com quem partilhar seu dia”.  “Provavelmente não dormiu direito noite passada”. “Pode ser momentâneo, daqui a pouco passa”

Ou simplesmente, “sou mesmo tão importante assim a ponto de ele/a passar o dia pensando em como me desagradar”?

Se minha estatística estiver certa, pelo menos 50% dos problemas cotidianos terão sido evitados. Creio que vale a pena. Metade do tempo gasto com preocupações inúteis poderá ser revertido para atitudes produtivas. Muito do tempo empregado em franzir a testa poderá ser transformado em colocar um sorriso nos lábios, ideias na cabeça, alegria no coração. Fé em prática.

Certamente esta é uma das ênfases do texto do Novo Testamento, “aproveitem bem o tempo, pois os dias são maus”. O ser humano, com sua imperfeição, consegue acabar com um dia. Inteiro. Mas Jesus Cristo, com seu amor, consegue transformar nosso dia, nossa semana, nossa vida, para sabermos aproveitar o tempo com o que realmente vale a pena. Interpretar da melhor maneira, em quase todos os casos, traz sempre a melhor maneira de lidar com a situação.

E é um dos melhores antiestresse e antirrugas que existem.




Frase:

“Devemos: desculpar o próximo, falar bem dele e interpretar tudo da melhor maneira.”

(Martinho Lutero, sobre o 8º mandamento)




P. Lucas André

Fonte: Toque de Vida 

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