Após crescerem pouco ou até recuarem
ao longo deste ano, os gastos dos brasileiros com turismo no exterior voltaram
a avançar e subiram 20,6% em outubro ante mesmo mês do ano passado e atingiram
US$ 2,087 bilhões - é o maior valor já registrado para o mês. A cifra também é
a maior para um único mês desde julho de 2011, segundo o Banco Central.
A conta de viagens internacionais,
isto é, a diferença entre o que os brasileiros gastam lá fora e os estrangeiros
deixam aqui, registrou um déficit de US$ 1,5 bilhão no mês passado. No
acumulado dos 10 primeiros meses do ano, o déficit da conta de viagens somou
US$ 12,874 bilhões, ante US$ 12,561 bilhões vistos em idêntico período de 2011.
Neste ano, o dólar já subiu 11,9%, o que encarece as viagens para o exterior.
Ontem, a moeda americana avançou 0,43%, a R$ 2,094, a maior cotação em três
anos e meio.
O chefe-adjunto do Departamento
Econômico do BC, Fernando Rocha explicou que a taxa de câmbio estabilizada em
torno de US$ 2,03 há quatro meses fez os brasileiros se planejarem mais para as
viagens internacionais. Além disso, a massa salarial está aumentando, o que
contribui para gastos maiores dos brasileiros no exterior. "Com taxas mais
estáveis, o brasileiro planeja sua viagem ao exterior", disse ele. Rocha
previu que é provável um aumento dos gastos com viagens nos últimos meses do
ano.
Contas externas
Além das viagens internacionais,
Rocha também disse que as contas externas de outubro foram pressionadas pelo
aumento das despesas com serviços, que fecharam o mês com um saldo líquido
negativo de US$ 4,017 bilhões. Esse é pior resultado da série do BC para todos
os meses, que teve início em 1947.
Na conta de serviços, ele destacou os
gastos com aluguel de equipamentos, que vem apresentando crescimento constante
e registraram saldo negativo de US$ 1,768 bilhões. No acumulado em 12 meses, os
gastos com aluguel de serviços também é o maior da série. Além disso, destacou
ele, a conta de transportes também pressionou o resultado. Em outubro, os
gastos com transportes, (-US$ 819 milhões) são os piores da série para o mês.
Segundo ele, as remessas de lucros e
dividendos também pressionaram o resultado das contas externas. Ele destacou
que as remessas, que até agora vinham em patamares inferiores a 2011,
aumentaram 51,1% em outubro deste ano em relação a outubro de 2011.
Rocha também avaliou que o aumento
das importações, das remessas de lucro e dividendos e dos gastos com viagens
internacionais corroboram a análise da autoridade monetária de que a atividade
econômica vem recuperando ímpeto nesse final do ano.
Ele citou análise feita hoje pelo
presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que destacou que a economia já
está crescendo a uma taxa de 4,7%. "Vinculado com o setor externo, isso
aumenta a demanda de serviços prestados no exterior e mostra um déficit maior
das transações correntes", afirmou.
Fonte: Estadão
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