Um dos funcionários culturais de mais alto cargo na Itália incentiva o investimento privado nos museus e galerias do país, além do aparentemente interminável apetite dos chineses e indianos por arte e arqueologia, como uma maneira de tirar o país da recessão.
Mario Resca, antigo CEO das operações do McDonald's na Itália, e apontado em 2008 pelo governo de Silvio Berlusconi para ser o diretor-geral do Ministério da Cultura, disse que um aumento nas vendas de bilhetes para museus italianos não foi igualado por um aumento em financiamento estatal.
Conversando com um pequeno grupo de correspondentes estrangeiros em Roma, Resca disse que o número de visitantes em museus estatais e sítios arqueológicos aumentou cerca de 15% entre 2009 e 2010, e 7% de 2010 para 2011.
Mas orçamentos e investimentos não aumentaram juntamente com os números de visitantes. Resca reconhece que a queda no orçamento não está prestes a ser revertida, graças à última rodada de cortes de austeridade promovida pelo sucessor de Berlusconi, o primeiro-ministro Mario Monti.
Ao invés disso, Resca propõe que a Itália deve procurar investimento privado para desenvolver o potencial econômico da sua herança cultural, adicionando que Monti estava "cometendo um erro" em não oferecer incentivos fiscais para encorajar o investimento privado nos museus e sítios arqueológicos turísticos da Itália.
"É difícil recomeçar (a economia) com manufaturas", Resca argumentou. Vender mais carros italianos e refrigeradores não fará com que o país se torne um líder global em manufaturas, mas a Itália está bem posicionada para se tornar o número um no mundo em turismo focado em cultura, disse ele.
"Indianos e chineses não vem para nadar ou esquiar na Itália, mas para ver nossa cultura", Resca acrescentou.
Apontado para aproveitar o potencial econômico da herança artística e arqueológica da Itália, o funcionário do Ministério da Cultura insistiu em períodos de visitação mais longos para encorajar os italianos a visitá-los. "Se fecharmos um museu às 17 horas, apenas quem está de férias pode ir".
Na época, a indicação de um antigo executivo de uma cadeia de hambúrgueres para melhorar a situação dos museus e monumentos da Itália gerou protestos de diretores de museus e oficiais do mundo das artes preocupados que ele não tivesse background profissional para o posto.
Resca, cujo mandado acaba em alguns meses, acabou com os medos.
"Talvez um historiador de arte não seja a melhor pessoa para gerenciar Pompeia, com 900 empregados e contratos para serem estipulados", disse Resca.
Fonte: Folha.com
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