A população
israelense rememorou na última quinta-feira o Dia do Holocausto - um dos mais
solenes de seu calendário - com uma série de atos em todas as instituições
públicas e com o simbólico toque das sirenes, que, por sua vez, paralisou todo
o país às 4h (horário de Brasília).
A potente
sirene antiaérea, que pode ser ouvida em todas as cidades do país, parou o
trânsito em ruas e cruzamentos, enquanto os motoristas saíam de seus automóveis
para, junto com os pedestres, prestar uma homenagem em sinal de respeito.
Apenas uma
minoria árabe, que não se identificam com a celebração, e parte da comunidade
ultra-ortodoxa judaica, que considera Israel um sacrilégio a suas estritas
crenças religiosas, não participaram desta velha tradição que acompanha os dois
dias de luto nacional do calendário israelense.
A outro dia
de luto nacional, uma homenagem aos soldados mortos e desaparecidos no campo de
batalha, será lembrado na próxima semana, na véspera do dia da independência.
Nesta
quinta, o luto fazia uma homenagem aos 6 milhões de judeus assassinados pelos
nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, desde a aprovação das primeiras leis
raciais de Nuremberg em 1935 - que privaram os judeus alemães de todos seus
direitos civis -, até a aplicação da Solução Final para o judaísmo europeu nos
campos de concentração.
Por conta
desse genocídio, os aliados deram sinal verde à criação do Estado judeu em
1948, dois eventos que voltam à tona nos atos de celebração destas jornadas.
"O Dia
do Holocausto em Israel tem duas facetas, a primeira, de caráter nacional, é
que temos um Estado para o povo judeu, e a segunda é que o povo judeu não foi
aniquilado como os nazistas haviam planejado", disse à agência Efe Elías
Soae, um ex-policial de origem argentina.
COMEMORAÇÕES
Como outras
comemorações e festas do calendário judeu, a jornada do Dia do Holocausto
começou na noite de ontem com um ato no Museu do Holocausto de Jerusalém, onde
o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirmou que se o Estado de Israel já
tivesse existido até então, o genocídio não teria ocorrido.
"Nossos
inimigos tentaram enterrar o futuro judeu, mas acabamos renascendo na terra de
nossos antepassados. Aqui, construímos nossa base e um novo começo de liberdade
e esperança", completou Netanyahu pouco depois que alguns sobreviventes
acendessem seis tochas de lembrança, uma para cada milhão de judeus
assassinados.
Israel
fixou esta jornada uma semana antes do dia de sua independência para ressaltar
o vínculo entre ambos os capítulos de sua história. Porém, no ocidente, o Dia
Internacional do Holocausto é lembrado no dia 27 de janeiro, data da libertação
do campo de extermino de Auschwitz, na Polônia.
Netanyahu e
outros líderes políticos, judiciais, religiosos e militares, também
participaram de outro ato oficial nesta manhã e no mesmo Museu, que mantém viva
a lembrança das 6 milhões de vítimas e a identidade da metade delas.
Na leitura
de seus nomes hoje no Parlamento, o primeiro-ministro afirmou que "esta é
uma forma de dar vida às almas perdidas".
Fonte:
Folha.com
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