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quinta-feira, 14 de maio de 2015

A culpa é do cristianismo

Lendo notícias sobre a violência praticada contra negros, mulheres, homossexuais, índios e praticantes da religião de matriz africana, sempre encontro pessoas colocarem a culpa no cristianismo. Por exemplo, ao comentar o artigo “A historia Estuprada do Brasil”, de Douglas Melchior, no jornal eletrônico Carta Capital, uma pessoa disse o seguinte: “Só porque o conceito surgiu recentemente não significa que ele não existia. E se agravou com o surgimento do patriarcado e a ascençao do cristianismo no ocidente ”.Se você observar bem, outros artigos e comentários sobre os temas listados à cima sempre trazem uma ligação dos atos praticados com o cristianismo.
É preciso analisar tal afirmação para se ter a convicção de que sé verdadeira ou não. Atos de violência praticados contra individuos, por pessoas que se dizem membros de uma igreja chamada cristã, fazem com que o cristianismo seja visto como uma religião violenta e culpada?
Na realidade, se alguém confirmar essa hipótese estará defendendo um tipo de argumento falso, ou seja, tomar o todo por uma parte (“o cristianismo é violento porque um ‘cristão’ praticou uma vilência”) é uma falácia.
Mesmo assim, podemos avaliar a questão recorrendo à história do próprio cristianismo para entendermos os desvios éticos dos “cristãos”.
Em primeiro lugar, o Cristo de quem o sistema religioso acunhou o nome, não pratricou e nem ensinou a prátrica de qualquer violência contra qualquer tipo de pessoa.
Os ensinamentos de Jesus não são para serem interpretados mas para serem obedecidos. Mesmo quando feitas através de metáforas, as mensagens de Jesus sempre enfatizaram a prática do amor ao próximo .
Em segundo lugar, os seguidores de Jesus entre o primeiro e terceiro séculos revolucionaram o império romano adotando práticas de amor e bondade por aqueles que eram descriminados e violentados pela sociedade romana.
Crianças e mulheres eram resgatadas e acolhidas pela igreja, quando dos infanticídios e abandonos das mulheres viúvas ou condenadas .Em terceiro lugar, o cristianismo foi sendo gradualmente deformado a partir do momento em que misturaram a filosofia grega com os ensinamentos de Jesus (século II), e tornaram a igreja na religião oficial do império romano. (século III d.C.)
A suposta conversão de Constantino fez da igreja de Jesus uma instituição hierárquica, pagã e cerimonialista.Em quarto lugar, a cristianização do mundo pela igreja católica romana, fez com que pessoas não convertidas passassem a ser consideradas cristãs .
Não era mais a conversão que definia se a pessoa era cristã mas o batismo ou a subordinação ao império.
Em quinto lugar, a partir do século XVI, com a reforma protestante, várias denominações e seitas evangélicas surgiram e até hoje continuam surgindo.
A partir daí, vários ensinamentos e práticas passaram a ser disseminados como sendo um ensino cristão, porém não tendo nada a ver com o evangelho de Jesus de Nazaré.
Por exemplo, o costume dos Mórmons de terem mais de uma mulher; o pentecostal de usar roupa cumprida; o de confundirem a submissão bíblica da mulher ao marido com a subordinação machista (algo totalmente contrário ao ensino bíblico que defende o desenvolvimento do papel da mulher como cooperadora do esposo na sua missão de cuidar da criação e edificar a – Gn 2.18); a pregação da saúde e prosperidade em troca da entrega de dinheiro e bens “a Deus”, pelos adeptos da teologia da prosperidade.
Em sexto lugar, erros cometidos por pessoas despreparadas que leem e fazem uma interpretação pessoal da Bíblia se tornou uma prática sem precedentes no seio da igreja cristã, por conta do direito que todo mundo tem de ler as Escrituras.
Por exemplo, certa vez um “pastor” estava transando com uma mulher da igreja por que leu o texto bíblico e fez uma interpretação errada do texto bíblico .
Diante de tais exemplos e situações envolvendo o cristianismo, seria de bom alvitre saber de que cristianismo as pessoas falam quando o acusam de ser culpado pelas violências praticadas contra as chamadas “minorias”, no Brasil e no mundo.
Certo é que Jesus de Nazaré nunca pregou o preconceito, a discriminação e a violência contra negros, índios, mulheres, crianças e homossexuais. Sua vida e ensino afirmam exatamente aquilo que todos nós queremos para um mundo melhor: o amor ao próximo, o perdão, o serviço altruísta, a paz, a justiça, a verdade. Se práticas contrárias a isso são feitas é por conta daqueles não conhecem Jesus ou dos que usam o nome de cristãos mas não o são. Como Gandhi disse certa vez , “não conheço ninguém que tenha feito mais para a humanidade do que Jesus. De fato, não há nada de errado no cristianismo. O problema são vocês, cristãos. Vocês nem começaram a viver segundo os seus próprios ensinamentos.”
Que Jesus seja o centro de todas as coisas!

Pr. André Santos de Almeida
Que Jesus seja o centro de todas as coisas
Fonte: Artigos Gospel


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