A
competição tarifária entre companhias aéreas e a profusão de buscadores de
passagens criaram figuras especializadas em encontrar pechinchas na hora de
viajar.
Já
existem, inclusive, táticas e sites especializados em "burlar"
sistemas e encontrar preços ainda mais baratos.
Em
novembro, a United Airlines e uma agência de viagens on-line processaram o site
Skiplagged, que se especializou nessas buscas "espertinhas". Por
causa da polêmica, hoje só os aplicativos para smartphone funcionam.
O
Skiplagged se usa, em sua busca por melhores preços, de táticas como a que
ficou conhecida como "hidden city", ou cidade oculta.
Por
ela, em vez de uma passagem de São Paulo a Brasília, por exemplo, o consumidor
compra um bilhete para Cuiabá que tenha escala na capital federal e esteja mais
barato –e simplesmente não embarca na segunda viagem.
A
prática, porém, tem ao menos três inconvenientes. Dependendo da modalidade de
compra, o não comparecimento a um voo pode significar o cancelamento dos
bilhetes seguintes.
Além
disso, a bagagem não pode ser despachada, já que as empresas as levam
diretamente ao destino final.
Por
último, como pode estar burlando regras, o consumidor não acumula pontos nos programas
de benefícios.
Outra
tática para burlar preços altos de passagens é aproveitar o fato de valores
variarem ao se alterar o local de compra dos bilhetes.
Em
uma simulação feita pela Folha no site da Avianca, tendo como
base o Brasil, uma viagem de Bogotá a Cartagena entre 20 e 25 de março saía por
R$ 1.221, sem taxas. Ao informar que comprava da Colômbia, a reportagem
encontrou as mesmas passagens por 806.640 pesos colombianos (ou R$ 963) –uma
diferença de R$ 258).
Em
sites de companhias americanas, no entanto, a simulação não funcionou da mesma
forma; tampouco nos de empresas brasileiras.
Além
disso, é preciso pesar que comprar uma passagem "estando" em outro
país acarreta na cobrança de IOF no cartão de crédito –e o truque
pode deixar de valer a pena.
A
Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) disse que não endossa nem proíbe a
prática, seguindo o princípio da liberdade tarifária –o mesmo que permite às
companhias, por exemplo, vender o mesmo bilhete por um preço pelo site e por
outro no balcão do aeroporto.
Procurada,
a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) não quis se manifestar,
assim como a TAM. A Gol informou que não identifica essas práticas. A Avianca
não respondeu até a conclusão da reportagem.
Fonte:
Folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário