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quarta-feira, 18 de março de 2015

Israel e a Europa

Voltei recentemente de uma viagem à Alemanha onde atuei como conferencista num congresso profético. Muitos participantes daquele encontro demonstraram interesse em conhecer o papel desempenhado pela Europa na profecia bíblica, bem como queriam saber se a União Européia poderia ter alguma relação com o futuro reino do Anticristo. Eu lhes respondi que há a possibilidade de que a União Européia seja uma espécie de preparação para o reino do Anticristo durante a Tribulação. Suponho que, no fim, os Estados Unidos se envolverão cada vez menos na tentativa de solucionar o problema de Israel no Oriente Médio e que a União Européia se envolverá cada vez mais nesse processo. Um ou dois dias depois de chegar em casa, li a seguinte manchete na internet: “A União Européia espera exercer um papel na segurança de Israel”.[1]

A União Européia envolve-se em Israel

No artigo citado, Aaron Klein relata que fontes de informação lhe revelaram a existência de negociações secretas em andamento entre autoridades do governo israelense de Olmert, representantes palestinos do governo do presidente Abbas, o Egito na qualidade de mediador e a União Européia, com a contribuição dos Estados Unidos. Klein faz a seguinte observação: “Ao falar sob a condição de que seu nome não fosse revelado, um assistente de Javier Solana, chefe de política externa da União Européia, declarou que haverá uma evolução e mudanças políticas históricas nas negociações, num prazo de algumas semanas ou poucos meses, algo que não se via desde as conversações de paz de Camp David em 2000”.[2] (Nunca se esqueçam de que o Tratado de Oslo também foi negociado em sigilo para, depois, vigorar sobre o povo israelense praticamente como uma imposição). “Segundo fontes diplomáticas, Israel teria concordado em entregar a Cisjordânia aos palestinos num acordo com o presidente Abbas”.[3] Voltamos de novo ao mesmo ponto, à fracassada política de ceder terras em troca de paz, que sempre tem trazido mais morte do que paz para Israel.
De acordo com essas informações, a maior parte da Cisjordânia passaria ao controle palestino numa transição durante a qual a Cisjordânia, a princípio, sairia do controle israelense para o mando da União Européia e, por fim, seria entregue ao governo palestino. Com a União Européia que, pelo que parece, encontra-se no limiar de substituir os Estados Unidos na qualidade de principal influência externa no Oriente Médio (pelo menos em Israel), as coisas podem se encaminhar para uma realidade muito mais próxima daquela que a Bíblia prevê para os personagens que estarão envolvidos na aliança que marcará o início do período da Tribulação. Os personagens envolvidos são Israel e o revivificado Império Romano, do qual a União Européia parece ser a precursora nessa montagem do palco. Klein nos conta o seguinte: “Fontes da União Européia em Israel informaram ao WorldNetDaily que seus gabinetes aqui [i.e., em Israel] estão contratando novos funcionários a fim de lidarem com questões de segurança, relações públicas, diplomacia e coordenação regional. Elas afirmam que a expectativa é de que haja um aumento na carga de trabalho em virtude das iniciativas diplomáticas sigilosas que, segundo dizem, podem resultar numa retirada israelense da Cisjordânia”.[4]

A aliança de Israel com a morte

O texto de Daniel 9.27 declara: “Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele”. O pronome “ele”, mencionado no início do versículo, refere-se ao vindouro Anticristo. Por quê? Porque o antecedente mais próximo é uma nítida referência dele, conforme se lê: “e povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário” (Dn 9.26). Tal predição diz respeito à destruição de Jerusalém e do templo no ano 70 d.C. Portanto, o pronome “ele” faz alusão a alguém que viria depois daqueles que destruíram a cidade de Jerusalém e seu templo em 70 d.C. Esse alguém é o Anticristo, o qual, na qualidade de representante do ressurgido Império Romano, cumprirá os eventos descritos em Daniel 9.27 na metade da septuagésima semana de Daniel, conhecida como a Tribulação, que ainda está por vir. Mais informações detalhadas sobre esse ressurgimento do Império Romano podem ser encontradas nos capítulos 2 e 7 do livro de Daniel.
O profeta Isaías enuncia a razão pela qual o povo de Israel concordará em fazer tal aliança com o Anticristo (Is 28.14-22). Como sempre ocorreu em sua história pregressa, a nação de Israel aceitará a aliança com o Anticristo na tentativa de obter segurança e proteção contra os inimigos que a acossarão de todos os lados. O versículo 15 afirma: “Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte e com o além fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque, por nosso refúgio, temos a mentira e debaixo da falsidade nos temos escondido”. Ao invés de firmar uma aliança de vida, como os líderes de Israel pensarão ter feito, a nação terá nesse pacto o marco inicial da Tribulação, o qual, na realidade, se constituirá numa “aliança com a morte” (Is 28.15,18).Em vez de ganhar proteção com a supervisão européia, Israel sofrerá o “dilúvio do açoite” (Is 28.15,18), uma metáfora que descreve a invasão militar. O versículo 18 diz: “A vossa aliança com a morte será anulada, e o vosso acordo com o além não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, sereis esmagados por ele”. Mais tarde, por ocasião da metade do período da Tribulação, esse Anticristo romano, que no início da Tribulação dará garantia de proteção à nação de Israel, voltar-se-á contra o povo judeu e começará uma era de perseguição como nunca se viu (cf. Mt 24.15-22; Ap 12.1-7). Entretanto, será exatamente em meio a esse “açoite”, ao passarem pela experiência de serem “esmagados”, que os judeus, por fim, constatarão o fato de que Jesus de Nazaré era o seu Messias e O invocarão em busca de livramento. O mundo inteiro parece mover-se rapidamente em direção a esse momento, o tempo da Tribulação.

A União Européia e os símbolos satânicos

Também é interessante observar que a União Européia parece ser atraída por símbolos bíblicos que são utilizados para representar os oponentes de Deus. É fato que a bandeira da União Européia possui doze estrelas, as quais são uma idéia originária do inegável símbolo da mulher mencionada em Apocalipse 12.1; porém, o sentido contextual da colocação daquelas doze estrelas é diferente do sentido das Escrituras Sagradas. No contexto da União Européia, eles se aproveitaram de um símbolo divino e o perverteram para identificá-lo como o principal símbolo de sua união.
Outro importante símbolo da União Européia é o daEuropa – uma mulher montada numa besta. Isso tem nítida relação com o texto de Apocalipse 17, onde a mulher é identificada como uma prostituta montada na besta, uma simbologia que retrata o Anticristo e seu reino. Uma versão da moeda de 2 euros (aquela que representa a Grécia) ostenta a figura da mulher montada na besta. Por que há um fascínio tão forte por essa simbologia claramente satânica? Os governantes da União Européia são homens inteligentes, de boa formação educacional. A realidade é que tais líderes devem conhecer muito bem o significado bíblico dos símbolos que utilizam para representar a UE. Eu creio que eles, deliberada e intencionalmente, escolheram esses símbolos porque aspiram uma posição muito elevada para a União Européia. No conjunto de suas ambições encontra-se o governo mundial.

O edifício-sede do Parlamento Europeu em Estrasburgo

Durante nossa recente viagem à Alemanha, tomamos a decisão de ir à França para ver com nossos próprios olhos o novo prédio do Parlamento Europeu em Estrasburgo. Eu já tinha ouvido falar a respeito dele, mas queria vê-lo pessoalmente, enquanto estava de viagem naquela região. Exatamente como outros disseram, seu projeto arquitetônico assemelha-se a uma Torre de Babel inacabada. A implicação aludida nessa semelhança é a de que a União Européia está a caminho de, finalmente, unir o mundo inteiro. Esse, naturalmente, será o desejo e o objetivo do Anticristo...
Eu estava lá exatamente no momento em que se abria uma nova sessão do Parlamento; havia um burburinho de vozes oriundo dos membros em atividade e do pessoal da segurança. Foi realmente impressionante ver esse lugar.

Conclusão

Percebemos em nossos dias o crescente isolamento de Israel no cenário mundial, o que leva o povo judeu a realizar esforços para fazer alianças humanas que lhe proporcionem segurança, em vez de buscar a estabilidade no Senhor. Virá o dia no qual surgirá um líder europeu que, aparentemente, solucionará a crise no Oriente Médio pela instrumentalidade de uma aliança. Enquanto isso, Deus, através dos acontecimentos atuais, prepara o ressurgimento do Império Romano, que será a etapa final do reino humano, caracterizada pelos mais desmedidos esforços na luta contra o Deus Todo-Poderoso. Por toda parte ao nosso redor, há indícios precisos de uma efetiva montagem do cenário mundial. Para percebê-los, basta que saibamos olhar na direção certa e da maneira correta. Essa seqüência de acontecimentos abre caminho para os eventos maiores que se desenrolarão durante a Tribulação. Enquanto Deus prepara o mundo em que vivemos para o juízo, o crente em Cristo deve estar continuamente pronto para o serviço do Senhor; numa espera vigilante da iminente volta de nosso Senhor nas nuvens, para arrebatar a Sua noiva. Maranata! 
 Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center em Lynchburg, VA (EUA). Ele é autor de muitos livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética.

Fonte: Beth-Shalom

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