Voltei
recentemente de uma viagem à Alemanha onde atuei como conferencista num
congresso profético. Muitos participantes daquele encontro demonstraram
interesse em conhecer o papel desempenhado pela Europa na profecia bíblica, bem
como queriam saber se a União Européia poderia ter alguma relação com o futuro
reino do Anticristo. Eu lhes respondi que há a possibilidade de que a União
Européia seja uma espécie de preparação para o reino do Anticristo durante a
Tribulação. Suponho que, no fim, os Estados Unidos se envolverão cada vez menos
na tentativa de solucionar o problema de Israel no Oriente Médio e que a União
Européia se envolverá cada vez mais nesse processo. Um ou dois dias depois de
chegar em casa, li a seguinte manchete na internet: “A União Européia espera
exercer um papel na segurança de Israel”.[1]
A União Européia envolve-se em Israel
No artigo
citado, Aaron Klein relata que fontes de informação lhe revelaram a existência
de negociações secretas em andamento entre autoridades do governo israelense de
Olmert, representantes palestinos do governo do presidente Abbas, o Egito na
qualidade de mediador e a União Européia, com a contribuição dos Estados
Unidos. Klein faz a seguinte observação: “Ao falar sob a condição de que seu
nome não fosse revelado, um assistente de Javier Solana, chefe de política
externa da União Européia, declarou que haverá uma evolução e mudanças
políticas históricas nas negociações, num prazo de algumas semanas ou poucos
meses, algo que não se via desde as conversações de paz de Camp David em
2000”.[2] (Nunca se esqueçam de que o Tratado de Oslo também foi negociado em
sigilo para, depois, vigorar sobre o povo israelense praticamente como uma
imposição). “Segundo fontes diplomáticas, Israel teria concordado em entregar a
Cisjordânia aos palestinos num acordo com o presidente Abbas”.[3] Voltamos de
novo ao mesmo ponto, à fracassada política de ceder terras em troca de paz, que
sempre tem trazido mais morte do que paz para Israel.
De
acordo com essas informações, a maior parte da Cisjordânia passaria ao controle
palestino numa transição durante a qual a Cisjordânia, a princípio, sairia do
controle israelense para o mando da União Européia e, por fim, seria entregue
ao governo palestino. Com a União Européia que, pelo que parece, encontra-se no
limiar de substituir os Estados Unidos na qualidade de principal influência
externa no Oriente Médio (pelo menos em Israel), as coisas podem se encaminhar
para uma realidade muito mais próxima daquela que a Bíblia prevê para os
personagens que estarão envolvidos na aliança que marcará o início do período
da Tribulação. Os personagens envolvidos são Israel e o revivificado Império
Romano, do qual a União Européia parece ser a precursora nessa montagem do
palco. Klein nos conta o seguinte: “Fontes da União Européia em Israel
informaram ao WorldNetDaily que
seus gabinetes aqui [i.e., em Israel] estão contratando novos funcionários a
fim de lidarem com questões de segurança, relações públicas, diplomacia e
coordenação regional. Elas afirmam que a expectativa é de que haja um aumento
na carga de trabalho em virtude das iniciativas diplomáticas sigilosas que,
segundo dizem, podem resultar numa retirada israelense da Cisjordânia”.[4]
A aliança de Israel com a morte
O texto
de Daniel 9.27 declara: “Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da
semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das
abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se
derrame sobre ele”. O pronome “ele”, mencionado no início do
versículo, refere-se ao vindouro Anticristo. Por quê? Porque o antecedente mais
próximo é uma nítida referência dele, conforme se lê: “e povo de um príncipe que
há de vir destruirá a cidade e o santuário” (Dn 9.26). Tal predição
diz respeito à destruição de Jerusalém e do templo no ano 70 d.C. Portanto, o
pronome “ele” faz alusão a alguém que viria depois daqueles que destruíram a
cidade de Jerusalém e seu templo em 70 d.C. Esse alguém é o Anticristo, o qual,
na qualidade de representante do ressurgido Império Romano, cumprirá os eventos
descritos em Daniel 9.27 na metade da septuagésima semana de Daniel, conhecida
como a Tribulação, que ainda está por vir. Mais informações detalhadas sobre
esse ressurgimento do Império Romano podem ser encontradas nos capítulos 2 e 7
do livro de Daniel.
O
profeta Isaías enuncia a razão pela qual o povo de Israel concordará em fazer
tal aliança com o Anticristo (Is 28.14-22). Como sempre ocorreu em sua história
pregressa, a nação de Israel aceitará a aliança com o Anticristo na tentativa
de obter segurança e proteção contra os inimigos que a acossarão de todos os
lados. O versículo 15 afirma: “Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte e com o
além fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós,
porque, por nosso refúgio, temos a mentira e debaixo da falsidade nos temos
escondido”. Ao invés de firmar uma aliança de vida, como os líderes
de Israel pensarão ter feito, a nação terá nesse pacto o marco inicial da
Tribulação, o qual, na realidade, se constituirá numa “aliança com a morte” (Is
28.15,18).Em vez de ganhar proteção com a supervisão européia, Israel sofrerá
o “dilúvio do
açoite” (Is 28.15,18), uma metáfora que descreve a invasão militar. O
versículo 18 diz: “A
vossa aliança com a morte será anulada, e o vosso acordo com o além não
subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, sereis esmagados por ele”. Mais
tarde, por ocasião da metade do período da Tribulação, esse Anticristo romano,
que no início da Tribulação dará garantia de proteção à nação de Israel,
voltar-se-á contra o povo judeu e começará uma era de perseguição como nunca se
viu (cf. Mt 24.15-22; Ap 12.1-7). Entretanto, será exatamente em meio a esse
“açoite”, ao passarem pela experiência de serem “esmagados”, que os judeus, por
fim, constatarão o fato de que Jesus de Nazaré era o seu Messias e O invocarão
em busca de livramento. O mundo inteiro parece mover-se rapidamente em direção
a esse momento, o tempo da Tribulação.
A União Européia e os símbolos satânicos
Também é
interessante observar que a União Européia parece ser atraída por símbolos
bíblicos que são utilizados para representar os oponentes de Deus. É fato que a
bandeira da União Européia possui doze estrelas, as quais são uma idéia
originária do inegável símbolo da mulher mencionada em Apocalipse 12.1; porém,
o sentido contextual da colocação daquelas doze estrelas é diferente do sentido
das Escrituras Sagradas. No contexto da União Européia, eles se aproveitaram de
um símbolo divino e o perverteram para identificá-lo como o principal símbolo
de sua união.
Outro
importante símbolo da União Européia é o daEuropa – uma mulher montada numa besta. Isso tem
nítida relação com o texto de Apocalipse 17, onde a mulher é identificada como
uma prostituta montada na besta, uma simbologia que retrata o Anticristo e seu
reino. Uma versão da moeda de 2 euros (aquela que representa a Grécia) ostenta
a figura da mulher montada na besta. Por que há um fascínio tão forte por essa
simbologia claramente satânica? Os governantes da União Européia são homens
inteligentes, de boa formação educacional. A realidade é que tais líderes devem
conhecer muito bem o significado bíblico dos símbolos que utilizam para
representar a UE. Eu creio que eles, deliberada e intencionalmente, escolheram
esses símbolos porque aspiram uma posição muito elevada para a União Européia.
No conjunto de suas ambições encontra-se o governo mundial.
O edifício-sede do Parlamento Europeu em
Estrasburgo
Durante
nossa recente viagem à Alemanha, tomamos a decisão de ir à França para ver com
nossos próprios olhos o novo prédio do Parlamento Europeu em Estrasburgo. Eu já
tinha ouvido falar a respeito dele, mas queria vê-lo pessoalmente, enquanto
estava de viagem naquela região. Exatamente como outros disseram, seu projeto
arquitetônico assemelha-se a uma Torre de Babel inacabada. A implicação aludida
nessa semelhança é a de que a União Européia está a caminho de, finalmente,
unir o mundo inteiro. Esse, naturalmente, será o desejo e o objetivo do
Anticristo...
Eu estava
lá exatamente no momento em que se abria uma nova sessão do Parlamento; havia
um burburinho de vozes oriundo dos membros em atividade e do pessoal da
segurança. Foi realmente impressionante ver esse lugar.
Conclusão
Percebemos
em nossos dias o crescente isolamento de Israel no cenário mundial, o que leva
o povo judeu a realizar esforços para fazer alianças humanas que lhe
proporcionem segurança, em vez de buscar a estabilidade no Senhor. Virá o dia
no qual surgirá um líder europeu que, aparentemente, solucionará a crise no
Oriente Médio pela instrumentalidade de uma aliança. Enquanto isso, Deus,
através dos acontecimentos atuais, prepara o ressurgimento do Império Romano,
que será a etapa final do reino humano, caracterizada pelos mais desmedidos
esforços na luta contra o Deus Todo-Poderoso. Por toda parte ao nosso redor, há
indícios precisos de uma efetiva montagem do cenário mundial. Para percebê-los,
basta que saibamos olhar na direção certa e da maneira correta. Essa seqüência
de acontecimentos abre caminho para os eventos maiores que se desenrolarão
durante a Tribulação. Enquanto Deus prepara o mundo em que vivemos para o
juízo, o crente em Cristo deve estar continuamente pronto para o serviço do
Senhor; numa espera vigilante da iminente volta de nosso Senhor nas nuvens,
para arrebatar a Sua noiva. Maranata!
Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center em
Lynchburg, VA (EUA). Ele é autor de muitos livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética.
Fonte: Beth-Shalom
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