O
Banco Central calcula que a Copa do Mundo representou um incremento nas
receitas do país com viagens e transportes em cerca de US$ 850 milhões.
Desse
valor, US$ 700 milhões foram ganhos adicionais referentes aos gastos dos
turistas no país com alimentação, hotel, ingressos para os jogos, entre outras
atividades, afirmou Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco
Central, nesta sexta-feira (22).
Com
passagens aéreas, os turistas que vieram para a Copa gastaram algo em torno de
US$ 150 milhões.
Essa
receita adicional veio nos meses de junho e julho, quando aconteceu o Mundial,
e também em agosto, em função da data da fatura dos cartões de crédito.
JULHO
Em
julho, as receitas com viagens cresceram 46% em relação a julho do ano passado,
informou o BC, chegando a US$ 789 milhões.
Em
junho, as despesas dos turistas no país foi recorde –somou US$ 797 milhões.
O
BC não contava, contudo, com um gasto recorde dos brasileiros fora do país em
julho. Foram R$ 2,4 bilhões deixados lá fora, o maior valor mensal de gastos de
turistas brasileiros de que o BC tem registro.
Em
relação a julho do ano passado, houve um incremento de 10% nas despesas de
brasileiros fora do país.
Segundo
Maciel, "a dinâmica das despesas tem pouca relação com a Copa", e tem
mostrado acomodação, muito em função do dólar baixo.
As
receitas com transportes somaram US$ 665 milhões, valor 50% maior do que o
registrado em julho do ano passado.
"Havia
muita incerteza sobre qual seria impacto disso na conta, está nem
razoável", afirmou Maciel.
ROMBO
As
transações de bens e serviços do Brasil com o exterior tiveram em julho um
rombo, informou o BC.
Essa
conta inclui comércio, serviços, transferências, e outras operações que
envolvem trocas com outros países.
O
rombo foi menor do que o estimado pelo governo e do que o de julho do ano
passado, quando esse valor atingiu US$ 8,9 bilhões, mas ficou acima do esperado
por analistas.
Economistas
consultados pela Reuters previam saldo negativo de US$ 5,8 bilhões no mês.
Para
Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, o resultado
"favorável" do mês é explicado, sobretudo, pelo bom resultado da
balança comercial no mês.
O
Brasil exportou mais do que importou US$ 1,6 bilhão (situação de superavit). Em
julho do ano passado, a balança comercial apresentou um deficit de US$ 1,9
bilhão.
Vendas
de petróleo, soja e minério de ferro impulsionaram as vendas do país, destacou
Maciel.
No
acumulado dos primeiros sete meses do ano, o deficit nas transações correntes
somou US$ 49,3 bilhões, valor também inferior ao do mesmo período do ano
passado, de US$ 52,1 bilhões.
Em
12 meses, o deficit nas transações com o exterior está em US$ 78,4 bilhões, o
equivalente a 3,45% do PIB (Produto Interno Bruto).
Fonte:
Folha.com
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