Para
a maioria dos turistas, viajar com estilo pode ser coisa do passado, mas as
companhias de aviação estão determinadas a trazer o glamour de volta às viagens
aéreas, pelo menos para os passageiros que se acomodam na frente do avião.
Leitos
e travesseiros confortáveis, vinhos finos e refeições de quatro pratos, pijamas
de grife e luxuosos kits de toalete se tornaram ofertas-padrão nas jornadas em
classe executiva, hoje em dia.
E depois de dois anos de demanda lenta, os gastos com viagens
de negócios devem crescer 7,1% nos Estados Unidos em 2014, para US$ 293 bilhões
(R$ 646 bilhões), de acordo com a Associação Mundial de Viagens de Negócios. Os
gastos com viagens de negócios internacionais devem crescer quase duas vezes
mais rápido, ou 13%, e atingir os US$ 37 bilhões (R$ 81,5 bilhões).
Com
essa recuperação nas viagens de trabalho, as companhias de aviação estão
tomando providências para oferecer serviços e benefícios ainda mais
personalizados e disputar os passageiros executivos, de alto valor para elas,
enquanto comprimem cada vez mais passageiros na porção traseira do avião.
"Os
passageiros executivos estão certamente sendo disputados pelas companhias de
aviação", diz Claudia Sender, presidente-executiva da companhia de aviação
brasileira TAM. "Eles jamais foram tão importantes, devido à sua
disposição de pagar mais."
As
companhias sempre trataram os passageiros de classe executiva um pouco melhor
do que aos demais. Mas na era de viagens em massa que vivemos atualmente, a
atenção adicional à parte da frente da cabine agravou ainda mais as
disparidades.
"A
distância entre o que acontece na frente do avião e o que acontece atrás jamais
foi tão grande", disse Tim Winship, editor do site FrequentFlyer.com. As
companhias cobram de seis a oito vezes mais caro por uma passagem de classe
executiva do que por uma de classe turística, em voos longos e internacionais,
e as passagens de primeira classe são duas ou três vezes mais caras que as de
classe executiva. Para uma reserva com um mês de antecedência, por exemplo, uma
passagem de Los Angeles a Hong Kong custa US$ 900 (R$ 1.985) na classe
turística, US$ 6.400 (R$ 14.115) na classe executiva e US$ 16 mil (R$ 35.287)
na valorizada primeira classe.
(A
diferença de preços nos voos domésticos não é tão grande quanto nos
internacionais, o que significa que os passageiros da classe turística
contribuem com proporção maior da receita total de cada voo, nesse caso.)
Cerca
de um terço dos passageiros de um avião, em geral os que voam na cabine de primeira
classe ou classe executiva e os passageiros de classe turística que pagam preço
integral por suas passagens, respondem por cerca de dois terços da receita de
uma companhia de aviação.
Por
isso, não surpreende que as empresas estejam redobrando os esforços e as
atenções para satisfazer esses passageiros executivos, ainda que estes estejam
tentando extrair o máximo possível de vantagem de seus orçamentos de viagem.
Eles
recebem atendimento mais rápido nos aeroportos, suas malas desembarcam
primeiro, eles passam por verificações de segurança mais rápidas, e seus
balcões de check-in têm filas menores. Também são os primeiros a embarcar e
desembarcar de um avião. Algumas companhias de aviação têm terminais especiais
para passageiros de primeira classe, e oferecem serviços de limusine para
transferi-los de um avião a outro na pista de pouso.
"Sabemos,
porque nossos clientes de classe executiva assim nos dizem, que o que mais
importa aos passageiros é a velocidade e eficiência, e é isso que tentamos
oferecer", diz Mike Henny, diretor de atendimento a clientes na Delta Air
Lines.
Dentro
do avião, o sinal mais visível desses esforços é a mais recente geração de
assentos na classe executiva. O padrão hoje envolve assentos confortáveis que
podem ser transformados em leitos retos, não inclinados.
Muitas
companhias agora adotam assentos com acesso direto ao corredor para os
passageiros, o que significa que eles não precisam saltar sobre um vizinho de
fileira adormecido se desejarem sair de seus lugares no meio da noite.
A
Air France é a mais recente das grandes companhias internacionais de aviação a
determinar que esses recursos se tornaram indispensáveis na disputa por
clientes empresariais.
A
companhia anunciou recentemente que, como parte de um investimento de US$ 500
milhões (R$ 1,1 bilhão) para melhorar as cabines de passageiros de seus aviões,
ela instalará novos assentos-leito na classe executiva. Cada um desses assentos
custará pelo menos US$ 68 mil (R$ 150 mil), e a Air France começará a
instalá-los em junho em sua frota de Boeing-777.
Fonte:
Folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário