Sandra
Boccia: “O empreendedorismo é estimulado em todos os lugares de Israel” (Foto:
Fabiano Candido)
Israel é conhecido pelos frequentes conflitos que tem com seus vizinhos no Oriente Médio. Mas essa imagem, aos poucos, está dando lugar a outra: a de que o país é a nação mais empreendedora do mundo. E a mudança não é à toa, afirmou Sandra Boccia, diretora de redação da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, numa palestra realizada nesta quinta-feira (13/02), no SAP Fórum 2014, evento de tecnologia que acontece em São Paulo.
Israel é conhecido pelos frequentes conflitos que tem com seus vizinhos no Oriente Médio. Mas essa imagem, aos poucos, está dando lugar a outra: a de que o país é a nação mais empreendedora do mundo. E a mudança não é à toa, afirmou Sandra Boccia, diretora de redação da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, numa palestra realizada nesta quinta-feira (13/02), no SAP Fórum 2014, evento de tecnologia que acontece em São Paulo.
Sandra esteve
em Israel em janeiro, numa missão organizada pela Escola de Administração de
Empresas de São Paulo (FGV-EAESP) em parceria com a Universidade Hebraica de
Jerusalém. Ela teve a oportunidade de percorrer o país para conversar com
especialistas, empreendedores, professores e analistas, a fim de compreender os
motivos que tornam o local uma potência dos negócios (e até tema de livro
“Nação Empreendedora”, do investidor Dan Senor e do jornalista e diplomata Saul
Sing).
“A verdade é
que o empreendedorismo faz parte do dia a dia de quem nasce em Israel ou
escolhe o país para viver. As pessoas, desde criancinhas, são estimuladas por
professores, governos e pela família a pensar de forma inovadora e a ganhar
dinheiro”, afirma Sandra.
Mas existem
outros motivos, claro, para essa nova imagem. Conheça-os abaixo. E entenda por
que hoje Israel, com 8 milhões de habitantes, é um país com renda per capita de
US$ 33,9 mil, Produto Interno Bruto de US$ 254 bilhões e milhões de empreendedores.
Cultura
empreendedora – o israelense é preparado para empreender desde pequeno. Alguém
que tenha uma ideia de negócio ganha feedback o tempo todo de pessoas mais
experientes. E essas mesmas pessoas acionam uma rede de contatos para conseguir
investimento, mentoria e infraestrutura para os que empreendem. A ajuda é a
mesma para quem já fracassou – os israelenses tratam um negócio que não deu
certo como parte do processo de aprendizado.
Políticas
públicas – o governo estimula o empreendedorismo ao oferecer linhas de crédito
especiais para quem pensa em abrir um negócio e agilidade para vencer a
burocracia do dia a dia: uma empresa, por exemplo, é aberta em 14 dias em
Israel (no Brasil, esse tempo ainda é de cerca de 100 dias). Os órgãos públicos
do país são estimulados a comprar produtos de startups e de pequenas e médias
empresas inovadoras.
Estímulo à
inovação – os pesquisadores de universidades públicas, ao contrário do que
acontece em muitos países, são estimulados a empreender. O governo e a população
israelense não veem nenhum problema em um professor criar uma tecnologia na
universidade e abrir uma empresa para vender o invento – tanto que muitos
centros de ensino superior oferecem capital para a abertura de um negócio. Por
essa característica, muitas empresas abrem centros de pesquisa e
desenvolvimento em Israel: Microsoft, Apple e Google são algumas delas.
Educação para
todos – o país oferece um ensino de qualidade do nível básico ao superior. O
resultado disso é a alta qualificação de quase toda a população. Uma pesquisa
recente da Startup Genome apontou que 80% dos empreendedores do país têm
mestrado. E que 40% deles são doutores. Por causa das especializações, os
empresários israelenses são geralmente autoridades nas áreas em que investem.
Objetividade
– pelo fato de o empreendedorismo ser algo do cotidiano, os israelenses
enfrentam os desafios dos negócios com extrema naturalidade. Eles não se abalam
ao ouvir críticas sobre um serviço malfeito ou um produto mal desenvolvido – os
empreendedores aceitam o feedback negativo e trabalham para tornar melhores
seus produtos e serviços. Eles também veem oportunidades em problemas. O Waze,
aplicativo comprado pelo Google por US$ 1,3 bilhão, foi criado para resolver as
questões de trânsito do país.
Resistência –
o caráter empreendedor do israelense foi moldado por causa dos constantes
conflitos e das guerras com os países vizinhos. Tanto os homens quanto as
mulheres são convocados pelo exército. E no período de serviço militar não só
aprendem a manusear armas como também conhecem técnicas de guerra: os soldados
são incentivados a tomar decisões rápidas, de forma autônoma, e a criar
soluções de segurança para defender o país. Os aprendizados ajudam quem decide
empreender.
A próxima
edição da PEGN terá uma reportagem especial sobre a capacidade empreendedora de
Israel e explicará os motivos do país ser um exemplo para o mundo dos negócios.
Fonte: ITrade
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