Quando SIC e TVI se preparam para estrear em breve - no caso
da TVI muito em breve mesmo com Rising Star - formatos israelitas, vale a pena
olhar para a pujante indústria de televisão deste pequeno país de cerca de sete
milhões de habitantes, embora a sua influência à escala planetária ultrapasse
fronteiras, como é fácil de entender. Afinal, porque são tão interessantes para
o Mercado os formatos criados em Israel?
Esta pergunta feita recentemente a executivos da televisão
israelita começou por ter uma resposta surpreendente. Eles explicaram que no
país a área onde se trabalha melhor, com mais arrojo e inovacão é a informacão
- "quase todos os dias temos novos desafios pela frente. Aqui não existe
monotonia". Essa dinâmica no jornalismo, segundo alguns observadores, terá
estado na origem do desenvolvimento doutros géneros. Antes do grande
entretenimento, como é o caso de Rising Star, um programa onde a tecnologia e a
interação na hora são elementos verdadeiramente inovadores, Israel desenvolveu
excelentes projetos na área da ficção sendo que alguns deles chegaram a
Portugal.
A produtora Dori Media, de origem argentina e israelita,
criou algumas das novelas e séries mais populares dos últimos anos e a TVI,
nomeadamente, comprou e adaptou alguns desses formatos. O exemplo mais
conhecido talvez seja a série Ele é Ela, com Marco d"Almeida e Benedita
Pereira, adaptada da novela La Lola. Outra série que fez grande sucessso, neste
caso na televisão americana, foi In Treatment, com Gabriel Byrne, exibida na
HBO e da qual a SIC chegou a ter os direitos de produção para Portugal.
Num país pequeno e com um mercado publicitário à escala,
Israel também está habituado a produzir a preços bastante razoáveis e isso é
apelativo quando se quer vender para países de maior dimensão. Rising Star, por
exemplo, foi comissionado para territórios onde não falta dinheiro para fazer
televisão como é o caso do Brasil, onde a Globo já tem o programa no ar. Em
Portugal Rising Star significa um passo em frente. É um risco? Claro que sim,
mas a televisão faz-se com momentos de rutura.
Fonte: DN Opinião
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