“E que mais direi? Faltar-me-ia
o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e
de Samuel, e dos profetas, os quais, pela fé, venceram reinos, praticaram a
justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do
fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças” (Hb 11.32,34)
O texto acima faz parte da galeria dos heróis da fé no livro de
Hebreus capítulo 11. Mas o que me saltou aos olhos neste texto foi a
frase: “da fraqueza tiraram forças”. Fraqueza, limitação e impotência são
sentimentos que nos invadem a alma em muitos momentos de nossa vida.
Confesso que gostaria que a vida, o ministério e outros desafios fossem
mais fáceis, mas não são. Quando isso ocorre, procuro Deus, choro,
confesso, peço ajuda. Nem sempre me sinto forte fazendo isso, mais me
sinto amparado e apoiado pela graça de Deus.
Aprendi que sentir-se fraco pode ter o seu lado positivo e
proveitoso. Este sentimento tem o poder de eliminar o olhar altivo e a soberba
que já derrubaram muitos notáveis no meio cristão evangélico. Sentir-se fraco
pode nos levar a confiar e a depender mais de Deus. O Salmo 28:7 diz ‘O Senhor
é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, nele fui socorrido;
por isso, o meu coração exulta, e com o meu cântico o louvarei’.
Se homens do passado souberam tirar força da fraqueza, creio que
essa possibilidade está a nossa disposição nos dias de hoje.
Vejamos agora, Pessoas que da fraqueza tiraram forças:
I. O Apóstolo Paulo
Paulo fez uma afirmação difícil de entender, e mais difícil
ainda de aplicar na nossa vida: ”Porque, quando sou fraco, então, é que
sou forte” (2 Coríntios 12:10). Atrás dessas palavras enigmáticas
encontramos algumas lições importantes e edificantes. Vamos procurar entender o
que Paulo disse e como aplicar esse ensinamento quando enfrentamos
dificuldades.
Paulo sofreu de algum espinho na carne
Ele disse: ”E, para que não me ensoberbecesse com a
grandeza das revelações, foi_me posto um espinho na carne, mensageiro de
Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três
vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.” (2 Coríntios 12:7-8).
Algumas pessoas gastam muito tempo especulando sobre o espinho
na carne. O fato é que Paulo não revelou o que foi, e ninguém hoje sabe. O que
importa não é a natureza do espinho, mas a maneira que Paulo o encarou. Observe
estes fatos em 2 Coríntios 12:7-9: Œ Paulo reconheceu Satanás
como a fonte do problema. Ele disse que o espinho era ”mensageiro de
Satanás”. Por que Satanás mandaria um mensageiro a Paulo? Sabemos muito bem que
o diabo quer a nossa ruína. Ele quer nos devorar como leão que ruge (1 Pedro
5:8). Na vida de Paulo, como na vida de bilhões de outras pessoas, Satanás usou
o sofrimento para tentar derrotá-lo. Deus usou aquele espinho e
recusou tirá-lo da vida de Paulo. Aqui aprendemos uma coisa importante sobre os
males da vida. Deus não causou o sofrimento no mundo, e ele não nos tenta
(Tiago 1:13). Muitas vezes, ao invés de tirar os problemas das nossas vidas,
ele os utiliza para o nosso bem. Deus amou Paulo, mas ele não o poupou de todo
sofrimento. Jamais devemos interpretar problemas como sinais do desprezo de
Deus. Ele pode usar calamidades para castigar os ímpios, mas, ele também
permite tribulações na vida de seus filhos (Hebreus 12:5-11).
Como Deus usou o sofrimento de Paulo
Quando Deus recusou tirar o espinho da vida de Paulo, ele
ofereceu esta explicação: ”A minha graça te basta, porque o poder se
aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12:9). A graça contradiz
o merecer. Se Paulo, no passado, se julgou auto-suficiente, ele não continuou
assim (veja Filipenses 3:4-11). Nas tribulações, ele aprendeu depender da graça
do Senhor. Quando sentimos que temos tudo sob controle por causa da nossa
própria capacidade, facilmente esquecemos de Deus. Nas horas de maior fraqueza,
quando sentimos incapazes de resolver os nossos problemas sozinhos, tendemos a
voltar para Deus e nos entregar à poderosa mão dele. Nossa inteligência não nos
basta. Nossos recursos financeiros não nos bastam. Nossos amigos não conseguem
preencher as nossas necessidades. A graça de Deus nos basta, e o poder dele se
manifesta através da nossa fraqueza. É exatamente isso que Paulo
entendeu: ”De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que
sobre mim repouse o poder de Cristo” (2 Coríntios 12:9).
Como Paulo usou seu próprio sofrimento
As palavras de Paulo em 2 Coríntios 12:10 são impressionantes,
refletindo uma maturidade espiritual que poucos alcançam: ”Pelo
que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco,
então, é que sou forte.” Ele sentia prazer no sofrimento! Será que nós
sentimos a mesma coisa? É comum sentir pena de si, ou amargura, ou profunda
depressão, mas sentir prazer? O comentário de Paulo não trata de alguma prática
louca de autoflagelação, mas de sua capacidade de confiar plenamente no Senhor.
Ele entendeu que o sofrimento nos oferece oportunidades para aproximar mais de
Deus, e Paulo aproveitou tais oportunidades ao máximo. Da mesma forma que a
pessoa que pratica ginástica ou musculação pode sentir prazer no esforço e
sofrimento da malhação, visando os resultados em termos da saúde física, Paulo
sentia prazer nas angústias da vida, tendo em vista os resultados de
crescimento espiritual e do galardão eterno. Tiago falou a mesma
coisa: ”Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por
várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada,
produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que
sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tiago 1:2-4).
Paulo explica seu prazer em dois sentidos: Œ ”…por
amor de Cristo”. Quando Paulo admitiu sua própria incapacidade, ele deixou
Cristo tomar conta da vida dele. Como Cristo morreu para nos dar vida, nosso
velho homem morre para dar lugar para Jesus viver: ”Porque eu, mediante a
própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com
Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver
que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo
se entregou por mim” (Gálatas 2:19-20). Jesus aceitou a “fraqueza” da sua
forma humana para se entregar por nós. É somente quando aceitamos a nossa
própria inadequação que temos condições de nos entregar a Cristo. ”Porque,
quando sou fraco, então, é que sou forte”. Quando Paulo confiou plenamente em
Cristo, se esvaziando do orgulho e da idéia de ser autônomo, ele ganhou força
bem maior. Cristo vivendo em Paulo era infinitamente mais forte do que Paulo
sozinho.
Agora estas fraquezas não estão relacionadas com o pecado, mas
ao reconhecimento, diante de Deus, da nossa incapacidade. Não possuímos nenhuma
força em nós mesmos, toda nossa suficiência vem do Senhor. A força da Igreja é
Cristo, não pode ser outra. É uma força sobrenatural e não material. E fazendo
um parealelo com a mulher, assim como a força da Igreja é Cristo, a força da
mulher é o homem. Você consegue compreender isto? Porque, à semelhança da
Igreja, a verdadeira força da mulher não é física, mas moral e espiritual. E
assim como é com a mulher acontece com a Igreja, da mesma maneira que ocorre
com o homem em relação a Cristo. Portanto, não importa o que nós façamos não
somos nada sem Cristo. E permita dizer isto minhas queridas irmãs, não importa
o que vocês façam ou conquistem, vocês não são nada sem os homens. A
independência feminina é maligna, pois ambos são uma só carne. Este é um grande
mistério como disse Paulo, Cristo e a Igreja, homem e a mulher.
Como nós usamos o sofrimento?
Considere as palavras que Paulo usa em 2 Coríntios 12:10. Como
você reage aos mesmos desafios na sua vida? Paulo enfrentou:
Fraquezas. Você se sente incapaz de enfrentar algumas fraquezas
(problemas, tentações vícios, etc.)? Essas fraquezas devem servir de convite
para permitir Jesus reinar na sua vida.
Injúrias. Você foi maltratado ou ofendido por outros? O diabo
quer usar suas injúrias como motivo de ódio, vingança e blasfêmia. Mas Deus
quer que você fique forte, usando essas injúrias como oportunidade para
crescer.
Necessidades. Você enfrenta grandes dificuldades financeiras?
Não sabe como resolvê-las? Nada melhor que a fome para tornar o homem
dependente de Deus. Jesus deu este desafio: ”Buscai, pois, em primeiro
lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã
trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mateus 6:33-34).
Pessoas que nunca conheceram a pobreza têm dificuldade em entender esse
princípio. Quando temos geladeiras abastecidas e armários cheios de alimentos,
é difícil imaginar a circunstância que Jesus descreve. Esse é, sem dúvida, um
dos motivos que poucos ricos são convertidos a Cristo (1 Coríntios 1:26-29;
Marcos 10:23-25).
Perseguições. Quando sofremos por causa de Cristo, é o momento
de desistir ou de ficar mais firmes que nunca? Muitas pessoas egoístas
justificam sua desistência porque não querem sofrer. Mas os discípulos
verdadeiros imitam o exemplo dos cristãos hebreus: ”Lembrai_vos, porém,
dos dias anteriores, em que, depois de iluminados, sustentastes grande luta e
sofrimentos; ora expostos como em espetáculo, tanto de opróbrio quanto de
tribulações, ora tornando_vos co_participantes com aqueles que desse modo foram
tratados. Porque não somente vos compadecestes dos encarcerados, como também
aceitastes com alegria o espólio dos vossos bens, tendo ciência de possuirdes
vós mesmos patrimônio superior e durável…. Nós, porém, não somos dos que
retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da
alma” (Hebreus 10:32-34,39). Falando de perseguições, devemos lembrar que
fazem parte da vida do cristão. Paulo usou uma palavra bem abrangente para
frisar esse fato: ”Ora, todos quantos querem viver piedosamente
em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Timóteo 3:12). Nenhum servo do
Senhor tem imunidade da perseguição.
Angústias. A palavra usada aqui vem de uma raiz que
descreve lugares estreitos ou apertados. Muitas pessoas sofrem de
claustrofobia. Quando se encontram em lugares apertados e fechados sentem-se
desesperadas. Espiritualmente, muitos reagem da mesma forma. Quando se vê em
apuros, como você reage? Abandona os princípios de Deus e age de uma forma
errada no desespero? A única saída é aceitar o fato que você é incapaz de sair
do problema sozinho. Temos que reconhecer a necessidade da graça de Deus, para
aceitar o resgate que ele nos oferece. ”Não andeis ansiosos de coisa
alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições,
pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo
o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo
Jesus” (Fp 4:6-7).
II. Os heróis da fé
Hebreus 11:34 extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio
da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram
em fuga exércitos de estrangeiros.
Ao olharmos os heróis da fé, Hebreus 11, vemos uma série de
narrativas de homens e mulheres de Deus que souberam enfrentar as adversidades
firmados exclusivamente nas promessas de Deus. Crises econômicas, desemprego,
morais ou espirituais podem até acontecer mas Deus nos da forças para passar
por elas. O próprio Jesus nos alertou que no mundo tereis aflições, mas tende
bom animo; Eu venci o mundo. João 16:33
Os heróis da fé se fortaleceram nas promessas de Deus e nós nos
fortalecemos na palavra de Deus, crendo na veracidade da palavra. Sabendo que
Deus é fiel para cumpri-la. Nada pode acontecer a você sem a permissão de Deus.
Ainda que você não o veja, Ele esta trabalhando por você pois Ele é o único
Deus que trabalha por aquele que nele espera. Ele disse a Moisés, Eu Sou
o que Sou. Ele não muda e virá em teu socorro, no tempo certo. A palavra também
diz “Olhando firmemente para o autor e consumador da Fé” Heb. 12:2. Ele te
convida a olhar para Ele sem desviar os seus olhos dele, sem olhar para os
problemas porque é somente Dele que virá o teu socorro. Tire os seus olhos dos
seus problemas, e olhe para aquele que tem o poder de te socorrer em qualquer
aflição e assim você obterá força nas horas de fraqueza.
Quantas vezes dormimos e acordamos de certa forma pensando estar
totalmente fracos, desanimados, desamparados, desencorajados, devido alguns
fatos e fatores que ocorrem no dia a dia de pessoas comuns como eu e você. Quem
tem família sabe do que estou falando, quando estamos bem entre a família e
familiares, parece que tudo vai bem, parece que tudo fica mais fácil não é
assim? Más basta uma discussão, basta uma palavra mais dura daqui, uma palavra
mais dura dali e pronto a estrutura do que se achava forte, logo vai ao chão,
logo se desanima, logo se perde aquela força que achava possuir em teu
interior, é comum isso sabe porque? porque todos queremos estar bem com a
família, todos precisamos ter paz em família, pois Deus tem prazer nisso, Deus
tem prazer na família, o inimigo de nossa alma sabe disso e a primeira coisa
que ele quer fazer e atingir a família, quer atingir a estrutura familiar, quer
atingir a base(família), quando isso ocorre sabe a primeira coisa que começamos
a fazer? começamos a criticar, começamos a murmurar, começamos a falar mal,
começamos a enxergar somente falhas na pessoa que esta próxima a nós, más Deus
quer nos ensinar a tirarmos força da fraqueza, seja ela da nossa fraqueza ou da
fraqueza da pessoa que esta ao nosso lado… Lembrei-me de uma palavra chamada
TOLERÂNCIA.
Como seres humanos falhos que somos, temos o hábito de enxergar
as falhas das pessoas e esquecemos das nossas. Às vezes somos muito críticos.
Mas devemos aprender a lidar com os erros dos outros, e os outros com os nossos
erros.
Conta uma história que um carregador de água levava dois potes
grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava
atravessada em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura. Enquanto o outro
era perfeito e sempre chegava cheio de água. No fim da longa jornada entre o
poço e a casa do chefe, o pote rachado chegava apenas com a metade da água. Foi
assim por dois anos diariamente. O carregador entregando um pote e meio de água
na casa do chefe.
Claro que o pote inteiro estava orgulhoso de suas realizações.
Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição e sentindo-se
miserável por ser incapaz de realizar apenas metade do que ele havia sido
designado a fazer.
Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o
pote falou para o homem, um dia à beira do poço:
- Estou envergonhado e quero pedir-lhe desculpas.
- Por quê? – perguntou o homem – De que você está envergonhado?
O pote respondeu:
- Nestes dois anos eu fui capaz de entregar apenas a metade de
minha carga, porque essa rachadura ao meu lado fez com que a água vazasse por
todo caminho da casa do meu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que
fazer todo esse trabalho e não ganha o salário completo pelos seus esforços.
O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com
compaixão, falou:
- Quando retornarmos para a casa do meu senhor quero que
percebas as flores ao longo do caminho.
De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote
rachado notou as flores selvagens ao longo do caminho, e isto lhe deu certo
ânimo. Mas ao final da estrada, o pote rachado ainda se sentia mal porque tinha
metade da água, e de novo pediu desculpas ao homem pela sua falha.
Disse, então, o homem ao pote:
- Você notou que pelo caminho só havia flores do seu lado?
Eu, ao conhecer seu defeito, tirei vantagem dele e lancei
sementes de flores no seu caminho. E cada dia, enquanto voltávamos do poço,
você as regava. Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do
meu senhor.
Temos os nossos defeitos, todos nós somos potes rachados; porém,
se permitirmos, podemos usar os nossos defeitos para embelezar as nossas vidas.
Nunca devemos ter medo dos nossos defeitos.
De nossas fraquezas podemos tirar forças!
III. José do
Egito
José tinha sonhos e visões que o levavam a um futuro grandioso,
com reflexos diretos sobre toda a casa de seu pai Jacó e da nação de Israel (Gn
37.5). Mas, ao invés de guardar consigo, José punha-se a contar os sonhos a
seus irmãos já entristecidos. No primeiro sonho, viu-se José com todos os seus
irmãos no campo, atando molhos, quando os molhos de seus irmãos rodeiam e
inclinam-se diante de seu molho.
Tivesse guardado o sonho, os irmãos não o teriam aborrecido
ainda mais. Cremos, porém, ter o relato do sonho contribuído para o plano de
Deus na vida de José.
O segundo sonho, ainda mais abrangente que o primeiro, dá-nos uma visão de seu cumprimento em relação a toda a nação de Israel. Agora, é o Sol, a Lua e onze estrelas que se curvam a José. O próprio Jacó repreendeu o filho. “Que sonho é este que sonhaste? Porventura viremos eu e tua mãe e teus irmãos inclinarmos perante ti em terra? Seus irmãos o invejavam; seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração.” Jacó achou impossível ter cumprimento aquele sonho do jovem José.
O segundo sonho, ainda mais abrangente que o primeiro, dá-nos uma visão de seu cumprimento em relação a toda a nação de Israel. Agora, é o Sol, a Lua e onze estrelas que se curvam a José. O próprio Jacó repreendeu o filho. “Que sonho é este que sonhaste? Porventura viremos eu e tua mãe e teus irmãos inclinarmos perante ti em terra? Seus irmãos o invejavam; seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração.” Jacó achou impossível ter cumprimento aquele sonho do jovem José.
Certa vez, li em um muro as seguintes palavras: “Não se pode
apagar um sonho”. Era apenas uma pichação, mas nunca me esqueci daquela frase.
Acrescento, entretanto, que os únicos sonhos que nunca se apagam, são aqueles
dados por Deus e que Ele, pessoalmente, incumbe-se de cumpri-los no devido
tempo.
Foi o Espírito de Deus que fez com que Jacó pensasse nos sonhos
de seu filho obediente e guardasse no coração todas as palavras de José.
Enquanto isso, a inveja dos irmãos aumentava. Eram sonhos que incomodavam a
Rubem, Simeão, Levi, Judá e os demais irmãos. Quem não sonha com bênçãos de
Deus, não tem motivos para incomodar a ninguém. Vejam que os apóstolos,
especialmente Pedro e João, só experimentaram a perseguição quando, usados por
Deus, ordenaram a cura do coxo na Porta Formosa. Quando começaram a incomodar,
chegou a hora de guardá-los na prisão. O sonho de José era um sonho de
liderança. Não eram frutos de “barriga cheia”, mas de uma visão profética da
parte do Senhor Jeová. Queira o Espírito Santo que todos tenhamos sonhos que
visem à glória de Jesus, à edificação da igreja e ao preparo da noiva para o
arrebatamento. O sonho de José estava de acordo com a instrução mosaica: “O
Senhor te porá por cabeça, e não por cauda…”(Dt 28.13).
É preciso sonhar, possuir anelos, alimentar as esperanças. O
homem que não sonha, perdeu o sentido da vida. Enquanto vivermos, é
interessante que sonhemos e anelemos a glória do reino de Deus na terra e um
gozo indizível nas mansões celestiais.
No entanto, mesmo com as considerações a favor de José, devemos
aprender que não é bom alardear nossos sonhos. José, talvez por estar na fase
da adolescência, demonstrou precipitação e imaturidade em relatar aqueles
sonhos a seus irmãos. O propósito de Deus ao revelar os sonhos a José era
prepará-lo para seu espinhoso futuro, e não para que isso lhe fosse motivo de
exaltação sobre seus irmãos.
Seu pai Jacó, homem de freqüentes visões de Deus em sua vida,
“guardava esse negócio no seu coração” (Gn 37.11), mas os irmãos não suportavam
ouvir sonhos que colocavam José em posição de destaque.
Tiremos algumas lições disso para nós. Devemos ser cautelosos e
manter segredos sobre alguns sonhos que temos, pois o cumprimento poderá ser
ainda longe e, estando somente em nosso coração, não levantamos provocações de
outros. Que o nosso sonho seja de exclusivo conhecimento de Deus!
IV. Como nos tornar fortes?
“Se te
mostras fraco no dia da angústia a tua força é pequena”. Provérbios
24.10
Há dias que nos parecem muito mais difíceis que outros,
carregados, inclusive, de algumas dificuldades que não enfrentamos
costumeiramente. O interessante é que, pensando bem, em muitas dessas vezes,
tais dificuldades nem são assim tão mais pesadas que aquelas que enfrentamos em
outras ocasiões, nas quais não chegamos a ficar muito abatidos. Mas, então, por
que estas exaurem tão completamente as nossas forças? Por que nos parecem tão
únicas?
Parece que o problema é que, em determinados dias, estamos mais
fracos, despreparados, indispostos e cansados do que em outros. É a tal da relatividade:
há dias em que nossos problemas são tão grandes, mas assim o são em relação à
nossa fragilidade. Tudo o que se quer nesses dias é reunir o pouco de força e
disposição que nos restam e aplicá-las para desincumbir-nos apenas dos deveres
inadiáveis. No entanto, os problemas vão-se apresentando, um a um, todos
aparentemente muito maiores que nós. E, assim, o inadiável acaba sendo adiado.
Em dias assim, as palavras de Salomão, acima citadas, ressoam em
nossos corações, sem que as possamos compreender. Estava o sábio falando de uma
obviedade sem tamanho ao afirmar que quem se mostra fraco no dia da angústia,
nada mais faz do que evidenciar que sua força é pequena? Não. Não pode ser
isso…
Por outro lado, se entendemos que ele está fazendo uma afirmação
de causa e efeito, somos levados a interpretar que a coisa que nos faz ter
força pequena é o fato de mostrar-nos fracos no dia da angústia. Assim sendo,
se alguém pretende ser forte no dia da angústia, terá de mostrar uma grande
força. Nessa relação de causa e efeito, mostrando-nos fortes, fazemo-nos
fortes. Estaria Salomão induzindo-nos a fingir força para adquirir força?… Não.
Certamente também não se trata disso.
Uma boa metáfora para compreender a afirmação do sábio é aquela
situação em que você está virando uma esquina e se vê frente a frente com um
cão assassino, rosnando para você, pronto para estraçalhá-lo. Há quem diga que,
numa situação assim, não se deve sair correndo para não demonstrar medo, mas é
exatamente isso que eu faria. O fato é que, seja para encarar, seja para sair
correndo, sua corrente sangüínea é invadida por uma over dose de adrenalina, de
modo que você tem uma força especial, tanto para uma quanto para outra reação –
no meu caso, para sair em disparada. Finda a experiência, sabe-se que aquela
velocidade, aquela força não nos era própria, tiramo-la de onde nada havia. No
momento do perigo, posicionamo-nos e nos dispusemos para o batalha.
É nisto que o sábio insiste: na hora da angústia, para que a
nossa força seja grande, temos de fincar os pés, encher os pulmões, arregaçar
as mangas e tomar posição para o embate: ter bom ânimo. “Se te mostras fraco no
dia da angústia, a tua força é pequena”. Forjamo-nos e adestramo-nos
constantemente no tempo presente para as lutas do momento seguinte. Assim,
lutando e vencendo, vamos ficando mais preparados e fortalecidos para
prosseguir.
Fraqueza, limitação, impotência são sentimentos que nos invadem
a alma em muitos momentos do ministério. Já me senti fraco e impotente muitas
vezes. Quando isso ocorre, procuro Deus. Choro, confesso, peço ajuda. Nem
sempre me sinto forte fazendo isso, mais me sinto sustentado, acariciado e
envolvido com algo que sei não sou eu mesmo.
O texto acima é uma pequena “pinçada” do relato dos heróis da fé
em Hebreus 11. Dentre muitas vitórias que tiveram, uma delas que me saltou aos
olhos: foi a forma como eles “exploravam” suas fraquezas e como eles conseguiam
aproveitar de momentos que parecem não ter nenhum proveito se não para nos
abater e acrescentar tristeza aos sofrimentos, para deles tirar força.
Verdadeiramente sentir-se fraco é muito importante e proveitoso
para servos de Deus. Este sentimento tem o poder de eliminar o olhar altivo e a
soberba que já derrubaram muitos notáveis no meio cristão evangélico.
A fraqueza se encarrega de nos mostrar, de maneira real e clara,
que de fato somos fracos. Quem sente fraqueza está apto para servir a Deus.
A fraqueza pode nos conduzir a um aumento de fé e a uma
dependência total de Deus, que a força de Seu poder se fará clara e inegável
por você mesmo. Aprendi que Deus não precisa provar ninguém para si mesmo, mais
sim para aquele que é provado. Deus não precisa testar para saber… ele já o
sabe. Somos nós que precisamos aprender sobre nós mesmos através de Deus. Deus
nos ensina quem somos.
Quando nos sentimos fracos, temos que aproveitar e explorar esse
privilégio que estamos tendo para fazer crescer nossa alma com a benção do
poder realizante de Deus que opera em nós, para que Sua Igreja desfrute do que
temos recebido da parte de Deus.
Se homens do passado souberam tirar força da fraqueza, creio
estar essa possibilidade a nossa disposição nos dias de hoje, porque temos um
mesmo coração e uma mesma alma. Você se sente fraco? Aproveite para crescer!
Com a benção de Deus.
Janio
Sou Presbítero, Professor de teologia e
pesquisador de religião. Pertenço á Igreja Evangélica Assembléia de Deus no
Estácio. Fica na Rua Hadok Lobo, 92 no Estácio. Pastor Presidente Jilsom
Meneses de Oliveira. Contatos com o autor 0 + operadora e código local 26750178
ou 981504398 a minha caixa de mensagem janio-estudosdabiblia@bol.com.br Meu
endereço no Facebook é janiosantosdeoliveira.oliveira.
Fonte: Artigos Gospel
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