De noite, velas dão clima de mistério. Já durante o dia, Petra revela toda a grandiosidade de suas cavernas e monumentos
Difícil achar um adjetivo para Petra. Deslumbrante, enigmática. Grandiosa. A descrição, necessariamente carregada de subjetividade, depende do primeiro contato com a chamada Cidade Rosa. E sempre pode mudar, ao sabor das visitas seguintes.
A visita à cidade escavada no século 3.º a.C. pelos nabateus, povo árabe nômade, foi à noite, no tour conhecido como Petra by Night (petrapark.com; entrada a 90 dinares jordanianos ou R$ 202). O longo caminho iluminado por 1.800 velas às vezes fica estreito, cercado por paredões rochosos de até 150 metros de altura, que ora exibem, ora escondem o céu estrelado.
O belíssimo Al-Khazneh, O Tesouro, surge de repente, iluminado por mais velas. Ao redor dele, turistas sentados em tapetes bebem chá, enquanto um beduíno toca flauta e um guia começa a contar a história da cidadela.
Por sua localização estratégica, na rota comercial das especiarias entre o Oriente Médio e o Mediterrâneo, Petra chegou a ser capital de um império que se estendia até a Síria. Com o surgimento de rotas marítimas, a cidadela foi esquecida. Apenas beduínos permaneceram por lá até 1812, quando o explorador suíço Ludwing Burckhardt, disfarçado de árabe para driblar os guardiães, a reencontrou.
À luz do dia. Sob o sol forte, água, boné e protetor solar tornam-se indispensáveis para uma nova visita a Petra. Em plena luz, o caminho feito na noite anterior revela novas nuances nas rochas cor-de-rosa e nos veios amarelos, cinzas e negros que se espalham pelos paredões, resultantes dos minérios dissolvidos. Dutos na pedra distribuíam pela cidade a água de reservatórios; imagens nas rochas de mercadores sinalizavam o caminho. Como tudo por ali - cavernas, templos, moradias, túmulos - foram esculpidos pelos nabateus.
Com quase 2 quilômetros de extensão, o desfiladeiro é como um ritual de passagem. O Tesouro revela, agora, toda a sua grandiosidade. O monumento esculpido na montanha tem 43 metros de altura e 30 de largura, com elementos arquitetônicos gregos e assírios. Foi projetado como túmulo de um rei, mas acabou servindo como templo e abrigo. E, anos mais tarde, set para Hollywood: Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) teve cenas filmadas ali.
Al Deir, o Monastério, é a segunda construção mais famosa de Petra e também a mais alta, com 45 metros. Nada menos que 800 degraus escavados levam até lá - como bônus, a vista impressionante da Cidade Rosa, e até mesmo do teatro romano para 3 mil pessoas.
Beduínos têm autorização do governo para vender artesanato em tendas armadas entre as ruínas. Almoce (há apenas um restaurante em Petra, que serve bufê) e descanse antes de encarar a trilha de volta, uma subida. Para quem estiver sem fôlego, basta alugar uma charrete. / A.P.
Fonte: Estadão
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