Roupas
espaciais? Teletransporte? Férias virtuais? Nada disso. O futuro das viagens,
pelo menos visto daqui deste ano de 2015, só terá uma coisa: tranquilidade e
sossego para o turista.
Todo mundo
sabe que viajar costuma ser um constante duelo entre ansiedade e prazer. A
recompensa de uma temporada, mesmo que curta, fora de casa vem sempre
acompanhada de uma série de pequenas preocupações. Vou conseguir chegar a tempo
ao aeroporto? Meu voo vai atrasar? E o trajeto para o hotel, será que é
complicado? E se o meu quarto não for aquilo que estou imaginando? Levante a
mão quem nunca teve uma dessas perguntas na cabeça ao sair de férias...
A boa
notícia é que existem vários profissionais da área de turismo dedicados a
solucionar esses problemas. Em um encontro promovido pela revista "The
Economist" em Madri, em março, um time de especialistas discutiu
estratégias bem concretas para facilitar e ampliar a experiência de sair de
casa para conhecer o mundo. Foi uma revelação –nem tanto pelas projeções
futurísticas, mas pelas descobertas de que existem pessoas pelo mundo pensando
em tornar cada aspecto de sua viagem melhor.
Num dos
painéis mais interessantes do encontro, Emma Gilthorpe, que trabalha na área de
planejamento do aeroporto de Heathrow, em Londres, disse ter um objetivo
profissional: fazer com que o processo de sair da sua casa e chegar ao lugar
onde pretende descansar (ou mesmo trabalhar por alguns dias) se transforme em
uma experiência menos fragmentada.
"O que
precisamos é trabalhar mais em conjunto para que eliminemos por completo o
desgaste para os turistas", afirma Gilthorpe. "Em todas as etapas da
viagem há muita informação sobre os passageiros, mas as empresas que cuidam de
cada uma das fases não são muito boas em compartilhar esses dados."
Mesmo que
isso demore a acontecer, a boa notícia para nós, turistas, é que hoje já temos
uma série de boas ferramentas na palma das nossas mãos para transformar a
maneira como viajamos.
Não houve sequer
uma pessoa nos debates que não reconhecesse o poder dos aplicativos de um
smartphone. Seja na (nada simples) tarefa de orientação ou na quase sempre
estressante (mas valiosa) caça às baixas tarifas, os apps vieram para mudar
tudo.
Javier
Delgado Muerza, diretor de contas de turismo do Google, simplificou tudo em uma
simples frase. Ao responder a uma pergunta sobre como melhorar a relação entre
os turistas e os agentes de viagens, ele foi categórico: "Já existe uma
geração inteira de viajantes que está circulando pelo mundo sem nunca ter usado
os serviços de um profissional desses".
Má notícia
para as agências de viagem? Não necessariamente –pelo menos para aquelas que se
adaptarem rapidamente ou buscarem nichos alternativos, como turismo
superluxoso, de aventura etc. "Personalização também é um caminho para o
futuro", afirma Holger Tubman, que é um dos vice-presidentes do grupo
Amadeus, que está por trás de cada reserva, cada clique que você faz antes de
sair de casa. "Nada vai substituir a interação humana", conclui.
O que vai
acontecer é que as pessoas vão estar cada vez mais poderosas para chegar a essa
interação. Talvez não vamos chegar tão cedo a um nível zero de estresse nas
nossas viagens e férias –pelo menos não num futuro próximo. Mas, depois de
assistir a tantas discussões iluminadas sobre o assunto no evento da revista
"The Economist", já é um alívio saber que a gente caminha para isso.
Fonte: Folha.com
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