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quinta-feira, 2 de julho de 2015

Turismo do futuro deve priorizar a tranquilidade do viajante

Roupas espaciais? Teletransporte? Férias virtuais? Nada disso. O futuro das viagens, pelo menos visto daqui deste ano de 2015, só terá uma coisa: tranquilidade e sossego para o turista.
Todo mundo sabe que viajar costuma ser um constante duelo entre ansiedade e prazer. A recompensa de uma temporada, mesmo que curta, fora de casa vem sempre acompanhada de uma série de pequenas preocupações. Vou conseguir chegar a tempo ao aeroporto? Meu voo vai atrasar? E o trajeto para o hotel, será que é complicado? E se o meu quarto não for aquilo que estou imaginando? Levante a mão quem nunca teve uma dessas perguntas na cabeça ao sair de férias...
A boa notícia é que existem vários profissionais da área de turismo dedicados a solucionar esses problemas. Em um encontro promovido pela revista "The Economist" em Madri, em março, um time de especialistas discutiu estratégias bem concretas para facilitar e ampliar a experiência de sair de casa para conhecer o mundo. Foi uma revelação –nem tanto pelas projeções futurísticas, mas pelas descobertas de que existem pessoas pelo mundo pensando em tornar cada aspecto de sua viagem melhor.
Num dos painéis mais interessantes do encontro, Emma Gilthorpe, que trabalha na área de planejamento do aeroporto de Heathrow, em Londres, disse ter um objetivo profissional: fazer com que o processo de sair da sua casa e chegar ao lugar onde pretende descansar (ou mesmo trabalhar por alguns dias) se transforme em uma experiência menos fragmentada.
"O que precisamos é trabalhar mais em conjunto para que eliminemos por completo o desgaste para os turistas", afirma Gilthorpe. "Em todas as etapas da viagem há muita informação sobre os passageiros, mas as empresas que cuidam de cada uma das fases não são muito boas em compartilhar esses dados."
Mesmo que isso demore a acontecer, a boa notícia para nós, turistas, é que hoje já temos uma série de boas ferramentas na palma das nossas mãos para transformar a maneira como viajamos.
Não houve sequer uma pessoa nos debates que não reconhecesse o poder dos aplicativos de um smartphone. Seja na (nada simples) tarefa de orientação ou na quase sempre estressante (mas valiosa) caça às baixas tarifas, os apps vieram para mudar tudo.
Javier Delgado Muerza, diretor de contas de turismo do Google, simplificou tudo em uma simples frase. Ao responder a uma pergunta sobre como melhorar a relação entre os turistas e os agentes de viagens, ele foi categórico: "Já existe uma geração inteira de viajantes que está circulando pelo mundo sem nunca ter usado os serviços de um profissional desses".
Má notícia para as agências de viagem? Não necessariamente –pelo menos para aquelas que se adaptarem rapidamente ou buscarem nichos alternativos, como turismo superluxoso, de aventura etc. "Personalização também é um caminho para o futuro", afirma Holger Tubman, que é um dos vice-presidentes do grupo Amadeus, que está por trás de cada reserva, cada clique que você faz antes de sair de casa. "Nada vai substituir a interação humana", conclui.
O que vai acontecer é que as pessoas vão estar cada vez mais poderosas para chegar a essa interação. Talvez não vamos chegar tão cedo a um nível zero de estresse nas nossas viagens e férias –pelo menos não num futuro próximo. Mas, depois de assistir a tantas discussões iluminadas sobre o assunto no evento da revista "The Economist", já é um alívio saber que a gente caminha para isso.

Fonte: Folha.com

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