O
deficit do Brasil em contas correntes aumentou e bateu recorde para os meses de
abril, chegando a US$ 8,3 bilhões, informou o Banco Central.
O
valor ficou acima dos US$ 7,8 bilhões projetados pelo BC. Segundo a
instituição, o resultado foi maior devido aos gastos de brasileiros no exterior
e também ao aumento da remessa de lucros e dividendos.
No
acumulado do ano, o deficit de US$ 33,5 bilhões também é recorde e supera os
US$ 32,9 bilhões do mesmo período de 2013. Para o ano, a previsão do BC é de
queda, de US$ 81 bilhões em 2013 para US$ 80 bilhões em 2014.
O
chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que, como
proporção do PIB, o deficit segue estável em torno de 3,6% desde agosto –e a
tendência é que isso se mantenha até o fim do ano.
Para
maio, a projeção é um deficit de US$ 6 bilhões. "Há alguma reação de
balança, e os dados parciais mostram uma evolução mais moderada de despesas,
como viagens", afirmou Maciel.
GASTOS NO EXTERIOR
Os
brasileiros gastaram US$ 2,34 bilhões no exterior em abril, valor recorde da
série histórica iniciada em 1947 pelo Banco Central.
O
resultado foi atribuído pelo BC principalmente ao comportamento do câmbio.
Maciel disse que o número está fora do padrão observado no primeiro trimestre,
período em que essas despesas estavam desacelerando.
Segundo
ele, ainda não é possível avaliar se o resultado é algo pontual ou o início de
uma tendência.
"Tivemos
uma valorização em março e abril que pode estar repercutindo nisso",
afirmou. "O câmbio contribui para esse resultado na margem, mas viajar
para fora continua mais caro do que no mesmo período do ano passado."
O
dado parcial de maio até dia 21 (US$ 1,43 bilhão em despesas) mostra nova
desaceleração. Maciel disse, entretanto, que é necessário esperar os dados
fechados para saber se o comportamento de abril não irá se repetir.
No
acumulado do ano, as despesas com viagens ao exterior somam US$ 8,22 bilhões,
ante US$ 8,08 bilhões no mesmo período de 2013.
INVESTIMENTOS
Para
o BC, o financiamento das contas externas evolui favoravelmente. Foram US$ 5,2
bilhões em IED (Investimentos Estrangeiros Diretos) em abril e a previsão para
maio é de mais US$ 5 bilhões.
"Seguimos
financiando cerca de 80% com IED. E a segunda fonte em termos de relevância, os
empréstimos e captações, estão bastante favoráveis."
Nos
dados parciais para maio, foi destaque o investimento estrangeiro de US$ 6,7
bilhões em ações.
Segundo
o BC, o número reflete, principalmente, o registro contábil feito por uma
empresa de telecomunicações estrangeira que transferiu sua sede para o Brasil.
Fonte:
Folha.com
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