Saltar
de rede wi-fi a rede wi-fi é parte do processo de viajar pelo mundo. De saguões
de hotel a cafés, de plataformas do metrô a parques, a cada vez que você usa
uma rede pública, coloca em risco suas informações pessoais.
No
entanto, poucos viajantes se preocupam com a privacidade a ponto de rejeitar
wi-fi gratuito. Em vez disso, muitos se apressam a fornecer um endereço de
e-mail em troca de 15 minutos de acesso grátis no aeroporto.
Assim,
como manter o vício e ao mesmo tempo salvaguardar suas senhas e privacidade? Se
você não pretende se abster (e quem consegue fazê-lo, hoje em dia?), seguem
quatro regras para se manter conectado e (razoavelmente) seguro enquanto viaja.
1 Garanta que qualquer site que você visite tenha
"https" no início do endereço
Essas
cinco letras indicam que a página tem cifragem, que impede que bisbilhoteiros
vejam o que você está fazendo. Se você estiver navegando na web em uma unidade
da Starbucks ou em algum lugar de rede aberta e o endereço não contiver
"https", é possível que alguém mal-intencionado veja todas as páginas
que você está visitando.
"Eles
podem ver que você está conectado com a Amazon e que está procurando livros de
álgebra", diz Nadia Heninger, professora-assistente de computação e
ciência da informação na Universidade da Pensilvânia. De fato, a única parte de
um site de comércio eletrônico que pode ser cifrada é a página em que você
acessa suas informações de conta ou insere seu número de cartão de crédito.
Sites
como o Gmail ou o Yahoo usam o "https" como padrão, mas, se você
digitar sua senha em um site de Webmail que não use esse método, uma terceira
parte pode ver –e roubar– essa senha.
Há
diversos instrumentos que permitem a qualquer pessoa que os baixe ver todos os
dados que fluem entre um browser e um servidor, diz Jason Hong, professor
associado do Instituto de Interação Homem-Computador da Universidade Carnegie
Mellon.
2 Use a sua rede privada virtual, ou VPN
Se
você trabalha para uma empresa, a probabilidade é de que já conte com uma VPN,
ou de que o departamento de informática da companhia possa fornecer acesso a
uma dessas redes.
Usar
uma VPN cifra todo o seu tráfego de internet, garantindo que ninguém possa
espioná-lo. Também direciona toda a sua atividade à rede de quem controla a VPN
(seu empregador).
Para
acessar a VPN, o usuário normalmente recebe um login e senha, e muitas vezes um
conjunto de números que muda regularmente, via um chaveiro de autenticação, que
precisa ser usado para o acesso à internet.
Não
tem uma VPN? Há o Tor, um software que impede que terceiros vejam sua
localização nos sites que você visita. O software pode ser baixado emtorproject.org.
3 Assine um serviço de autenticação de dois estágios
Mais
e mais sites –como Facebook, Twitter, Yahoo, WordPress– permitem que os
usuários montem suas contas de forma a requerer autenticação dupla de sua
identidade. O método mais comum pede uma senha criada pelo usuário e mais um
código que é enviado a ele –via mensagem de texto ou um aplicativo especial- a
cada vez que ele deseja assinar.
Por
exemplo, digamos que você tenha se conectado a uma falsa página de Facebook e
hackers tenham registrado seu login e senha.
Se
isso acontece sem um procedimento de autenticação dupla (conhecido no Facebook como
"aprovação de login"), os hackers teriam acesso à sua conta depois
que você se desconectasse. Mas, se você tivesse habilitado a aprovação de
login, mesmo que sua senha e login fossem capturados, eles não poderiam se
conectar à sua conta.
4 Acesse só o que realmente precisa e feche o que não estiver
usando
Outra
recomendação dos especialistas, que vale para o wi-fi e também para o
bluetooth. "É só mais uma maneira de ficar exposto", afirma Heninger,
da Universidade da Pensilvânia.
E
não forneça seu endereço de e-mail ou baixe um aplicativo em troca de acesso
grátis a uma rede wi-fi.
"Pense
sobre quem pode estar recebendo aquela informação", ela recomenda.
"Você não faz ideia de quem estabeleceu aquela rede wi-fi", ela diz,
acrescentando que "o aplicativo que você baixar pode transmitir todos os
seus contatos a terceiros".
Se
você tem preocupações sérias de segurança, Heninger sugere, ainda a criação de
um endereço de e-mail e senha especiais para viagens. E recomenda a compra de
um "laptop de viagem", no qual você possa carregar apenas as
informações de que precisará na viagem.
Fonte:
Folha.com